Ex-presidente de Honduras é condenado nos EUA a 45 anos de prisão por tráfico de drogas

O ex-presidente de Honduras Juan Orlando Hernández foi condenado nesta quarta-feira (26) a 45 anos de prisão e mais cinco anos de liberdade supervisionada por um tribunal de Nova York por vários crimes relacionados com o tráfico de drogas e o uso de armas.

Com a confirmação da sentença, Hernández, que governou seu país entre 2014 e 2022, se livra da pena de prisão perpétua solicitada pela procuradoria americana.

O juiz Kevin Castel também lhe impôs uma multa de US$ 8 milhões e pediu ao seu advogado que esclareça dentro de duas semanas como irá pagá-la.

Entre os hondurenhos que estavam na entrada do tribunal, cerca de 20 com bandeiras do seu país, não houve comemorações aparentes, talvez porque esperassem uma pena maior.

O juiz afirmou ainda que decidirá em 120 dias qual será a prisão onde Juan Orlando Hernández, de 55 anos, deverá cumprir a pena (atualmente está na prisão do Brooklyn).

Castel disse a Hernández, antes de proferir a sentença, que ele era "um homem com duas caras": com uma bradava o seu compromisso contra o narcotráfico e com a outra facilitava a importação para os Estados Unidos de toneladas de cocaína, drogas que somavam o valor de US$ 10 milhões.

Além disso, ressaltou que esta sentença - se a cumprir integralmente, o ex-presidente hondurenho será libertado da prisão com 100 anos - enviou uma mensagem "a quem é educado e bem vestido, para não acreditar que vai escapar das acusações".

Hernández, que aparentava estar envelhecido, com cabelos grisalhos e barba grisalha, além de uma bengala que não tirou da mão, ouviu a sentença sem sequer vacilar, talvez por estar mais próxima do que sua defesa pediu (40 anos) do que a perpetuidade solicitada pela procuradoria.

O ex-presidente hondurenho só pediu a palavra após a sentença para perguntar se poderia manter Renato Stabile como seu advogado, ao que o juiz respondeu afirmativamente pelo menos até durar o recurso, caso seja apresentado. (Com Agência EFE)