Alberto Fujimori, em imagem de 2018: ex-presidente derrotou o Sendero Luminoso e recuperou a economia do Peru, mas foi acusado de violações de direitos humanos, autoritarismo e corrupção| Foto: EFE/Stringer
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O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori, de 86 anos, morreu nesta quarta-feira (11), informou sua família.

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“Depois de uma longa batalha contra o câncer, nosso pai, Alberto Fujimori, acaba de partir para se encontrar com o Senhor. Pedimos a quem gostava dele que nos acompanhe com uma oração pelo descanso eterno da sua alma. Muito obrigado, pai! Keiko, Hiro, Sachie e Kenji Fujimori”, publicaram familiares do ex-presidente nas redes sociais de Keiko Fujimori, ex-deputada e filha mais velha do ex-mandatário.

Em dezembro do ano passado, o Tribunal Constitucional do Peru havia decidido pela libertação de Fujimori, que cumpria pena de 25 anos de prisão pelos massacres de Barrios Altos (1991) e La Cantuta (1992), ocorridos durante seu governo (1990-2000).

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A Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) declarou em seguida o Estado peruano em desacato “porque executou a sentença proferida pelo Tribunal Constitucional do Peru, em 17 de março de 2022, que restituiu os efeitos do indulto 'por razões humanitárias' concedido em 24 de dezembro de 2017” pelo então presidente Pedro Pablo Kuczynski a Alberto Fujimori, “apesar de a Corte [IDH] ter ordenado que se abstivesse de implementá-lo”. O Supremo do Peru havia alegado “falta de competência” da corte internacional.

Em 2009, Fujimori havia sido condenado por violações dos direitos humanos a 25 anos de prisão devido a ações do grupo paramilitar Colina, que nos massacres de Barrios Altos e La Cantuta matou ao todo 25 suspeitos de integrar o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso. A Justiça peruana depois concluiu que as vítimas não faziam parte do grupo.

O ex-presidente estava com saúde frágil desde antes da sua libertação e seu estado piorou nos últimos meses. Em julho, ele foi submetido a uma cirurgia bem-sucedida no quadril, uma semana depois de ter sido internado em uma UTI devido a uma queda que sofreu em casa.

Dois meses antes, ele foi diagnosticado com um novo tumor maligno, razão pela qual anunciou que começaria um tratamento contra o câncer.

Nesta quarta-feira, antes do anúncio da morte de Fujimori, seu médico pessoal e também congressista, Alejandro Aguinaga, depois de visitá-lo em sua casa, disse que ele estava “lutando pela sua vida”, e a presidência do Peru manifestou “preocupação” com a saúde do ex-presidente.

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Durante sua gestão, Fujimori derrotou o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso e melhorou a economia peruana, mas foi acusado de violações de direitos humanos (como as que geraram sua condenação judicial), de autoritarismo e corrupção.

No chamado Autogolpe de 1992, fechou o Congresso, o Judiciário, o Ministério Público, o Tribunal Constitucional e o Conselho da Magistratura.

Em 2000, acusado de corrupção, se refugiou no Japão e apresentou uma carta de renúncia à presidência peruana via fax. Porém, o Congresso peruano rejeitou o documento e aprovou seu impeachment.

Em 2005, foi preso durante visita ao Chile e foi extraditado para o Peru em 2007. Em dezembro do mesmo ano, Fujimori foi condenado a seis anos de prisão por ordenar buscas e apreensões ilegais. Em abril de 2009, veio a condenação a 25 anos por violações de direitos humanos.

O ex-presidente foi sentenciado posteriormente a sete anos e meio de prisão por apropriação indébita e se declarou culpado em um quarto julgamento, desta vez por suborno, o que gerou uma pena adicional de seis anos. (Com Agência EFE)

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