O ex-ditador argentino Reynaldo Bignone, último presidente do governo militar que comandou o país entre 1976 e 1983, foi detido na quinta-feira em uma instalação militar em uma investigação por crimes contra a humanidade, informou a imprensa local.
O ex-ditador se apresentou para dar declarações em um tribunal da província de Buenos Aires, que investiga crimes cometidos em um dos maiores centros de detenção da ditadura, e o juiz decidiu ordenar a sua prisão.
Não havia ninguém disponível no tribunal para comentar a detenção, enquanto o Ministério da Defesa e o Exército não tinham essa informação.
Centenas de militares argentinos voltaram a ser processados, depois que a Corte Suprema de Justiça anulou em 2005 as leis de anistia que os beneficiavam. Bignone assumiu a presidência em 1982 no lugar de Leopoldo Galtieri, que deixou o cargo após a derrota na guerra contra a Grã-Bretanha pela recuperação das Ilhas Malvinas, conflito em que morreram 635 argentinos e 255 ingleses.
Segundo denúncias de organizações de direitos humanos, cerca de 30 mil pessoas desapareceram nas mãos do governo militar.
Bignone enfrenta um processo por roubo de bebês, crime que foi declarado imprescritível pela Justiça argentina. O ex-militar disse que essas acusações são inventadas.
Segundo a Justiça, os militares tomavam os filhos das mães que davam à luz em cativeiro e entregavam a familiares e funcionários do governo com uma identidade falsa.
A associação humanitária Avós da Praça de Maio já conseguiu reencontrar mais de 90 filhos desaparecidos, que nasceram durante a prisão de suas mães ou eram muito pequenos quando elas foram detidas.
Governadores e oposição articulam derrubada do decreto de Lula sobre uso da força policial
Tensão aumenta com pressão da esquerda, mas Exército diz que não vai acabar com kids pretos
O começo da luta contra a resolução do Conanda
Governo não vai recorrer contra decisão de Dino que barrou R$ 4,2 bilhões em emendas