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Apesar de ter saído vitorioso no primeiro turno das eleições presidenciais no Peru, o candidato nacionalista Ollanta Humala está com 46% das intenções dos votos há uma semana do segundo turno, marcado para 4 de junho. Por sua vez, o ex-presidente Alan García alcançou 54% das intenções de votos, segundo recente pesquisa do Instituto de Opinião Pública da Pontifícia Universidade Católica do Peru.

O peruano Hugo Eduardo Meza, professor de macroeconomia da UnicenP e da Faculdades Santa Cruz, confirma que a tendência é de que García saia vencedor do pleito. "Humala perdeu votos com a influência negativa dos vizinhos como Evo Morales (presidente da Bolívia) e Hugo Chávez (Venezuela)."

Alan García, que foi presidente de 1985 a 1990, fez um péssimo governo em que a inflação bateu na casa de 7.600%, comenta Meza. "Mas García saiu fortalecido do primeiro turno ao disputar voto a voto com Lourdes Flores. Com sua força retórica, assumiu os erros de seu governo e pediu uma segunda chance ao povo para rever seus atos."

O Peru se encontra em uma situação complexa e há três anos quer eleger um "salvador da Pátria", diz Meza. "Alberto Fujimori venceu em 2000 com votos de protestos da população que não queria mais a burguesia no poder." Já Alejandro Toledo venceu em 2001, depois da fuga de Fujimori para o Japão, com a promessa de criar empregos.

Ou seja, aqueles que não irão votar em Humala, diz Meza, são os que querem manter a estabilidade econômica que o país tem há 15 anos, apesar de não haver uma política econômica bem sucedida. "Não querem ter mais um Chávez ou Morales presidindo o Peru."

O peruano Enrique Amayo, professor de Estudos Internacionais Latino-Americanos da Unesp, disse que irá anular o seu voto. "García foi um presidente que arruinou o Peru e ordenou a entrada do Exército em vários municípios."

Humala perdeu pontos pelo fato de Chávez ter anunciado a saída da Venezuela da Comunidade Andina de Nações e ter chamado García de "ladrão", comenta Amayo. "A intervenção de Chávez (que apóia Humala) na política interna do Peru foi muito mal vista pelo eleitorado", explica. Uma pesquisa apontava, antes mesmo das declarações de Chávez, que 70% dos peruanos eram contrários ao presidente venezuelano, diz Amayo.

Em um provável governo de García, Amayo acredita que ele deverá fortalecer algumas empresas públicas e conter as privatizações. "A PetroPeru seria uma delas, apesar ser boa parte privatizada." (KC)

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