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Ex-presidentes criticam Brasil, Colômbia e México por "tolerarem" ditadura da Venezuela
Lula e o ditador venezuelano, Nicolás Maduro.| Foto: André Coelho/EFE

O grupo Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA), composto por 32 ex-chefes de Estado criticou nesta quarta-feira (14) os governos de Brasil, Colômbia e México por se unirem à intenção do ditador Nicolás Maduro de se manter no poder na Venezuela, o que é “escandaloso” e representa um “verdadeiro ataque ao direito democrático interamericano”.

Os ex-líderes também advertiram que Maduro pretende até mesmo promover novas eleições, uma ação que “anularia a vontade popular já expressa inequivocamente” nas urnas em 28 de julho.

Tal ação, continua o IDEA, ignoraria a “inquestionável derrota da ditadura de Maduro”, conforme corroborado pelos relatórios técnicos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Centro Carter.

O grupo também se refere ao relatório de um painel de especialistas da ONU que reconhece que as atas da oposição “exibem todos os dispositivos de segurança dos protocolos originais dos resultados eleitorais”.

O anúncio do resultado da eleição pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), controlado pelo chavismo, que proclamou Maduro como vencedor “sem a divulgação dos resultados tabulados aos candidatos, não tem precedentes nas eleições democráticas contemporâneas”, conforme disseram os especialistas da ONU.

Na opinião dos ex-chefes de governo, a ONU e a OEA estabeleceram que a administração de Justiça na Venezuela “carece totalmente de independência e imparcialidade e é cúmplice dos crimes contra a humanidade que agora estão sendo julgados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI)”.

O IDEA denunciou que já existem milhares de presos e desaparecidos na Venezuela, com um número significativo de assassinatos e torturas como resultado das últimas eleições presidenciais.

Esse grupo também afirmou que “a ditadura venezuelana” está tentando “diluir a responsabilidade legal daqueles que falsificaram os resultados das eleições” ao intervir no Poder Eleitoral, no Supremo Tribunal de Justiça, na liderança das Forças Armadas e no Ministério Público.

“Se os governos mencionados toleram os planos do ditador venezuelano e seus poderes públicos aliados, comprometem o respeito ao comportamento democrático universal e o fazem diante de suas próprias nações”, destaca o comunicado do IDEA.

A vitória de Maduro, proclamada pelo chavista CNE para um terceiro mandato consecutivo, foi rejeitada e classificada como fraude pela oposição, bem como questionada por vários governos estrangeiros e grupos de monitoramento internacional.

A declaração divulgada pelo IDEA foi assinada pelos ex-presidentes Óscar Arias, Carlos Alvarado, Rafael Ángel Calderón, Laura Chinchilla, José María Figueres, Miguel Ángel Rodríguez e Luis Guillermo Solís, da Costa Rica; José María Aznar e Mariano Rajoy, da Espanha; Vicente Fox e Felipe Calderón, do México; Iván Duque, Andrés Pastrana e Álvaro Uribe, da Colômbia; e Mauricio Macri, da Argentina.

O texto também é assinado pelos ex-presidentes Mario Abdo Benítez, Federico Franco e Juan Carlos Wasmosy (Paraguai); Nicolás Ardito, Mireya Moscoso e Ernesto Pérez Valladares (Panamá); Alfredo Cristiani (El Salvador); Eduardo Frei (Chile); Osvaldo Hurtado, Guillermo Lasso, Jamil Mahuad e Lenin Moreno (Equador); Hipólito Mejía (República Dominicana); Julio María Sanguinetti e Luis Alberto Lacalle (Uruguai) e Carlos Mesa e Jorge Tuto Quiroga (Bolívia).

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