A polícia de El Salvador informou que a brasileira Vanda Pignato, ex-primeira-dama do país, foi presa nesta terça-feira (12). Ela é acusada de ter participado de um esquema comandado por seu marido, o ex-presidente Mauricio Funes, que teria desviado US$ 351 milhões (R$ 1,3 bilhão) dos cofres públicos.
De acordo com agências de notícias internacionais, uma fonte da polícia informou que a prisão ocorreu às 15h35 no horário local (18h35 no horário de Brasília), em um hospital particular de San Salvador. Detalhes sobre seu estado de saúde não foram revelados, mas ela luta contra um câncer.
Na segunda (11), um juiz tinha ordenado a prisão da ex-primeira-dama, que já foi filiada ao PT, por lavagem de dinheiro de US$ 165 mil (R$ 611 mil), alegando que havia risco de fuga. Segundo a acusação, a família Pignato também usou US$ 500 mil de fundos públicos para fazer viagens de lazer durante o governo de Funes - o Brasil era um dos destinos mais visitados.
Na semana passada, a Justiça já tinha ordenado a prisão de Funes e de 30 de seus aliados, incluindo dois filhos. O ex-presidente, porém, continua solto porque vive desde 2016 na Nicarágua.
Funes assumiu a Presidência em 2009, levando ao poder o partido formado a partir da antiga guerrilha de esquerda FMLN (Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional), em campanha comandada pelo marqueteiro brasileiro João Santana. Na época presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia de posse.
Em sua delação premiada no Brasil, Santana afirmou que participou da campanha de Funes a pedido de Lula e que ela foi bancada com dinheiro de caixa 2 da Odebrecht. Os advogados do petista afirmam que a acusação é mentirosa.
Funes deixou o cargo em 2014, sendo substituído por seu vice e atual presidente, Salvador Sanchez Ceren.
Em nota, Ceren disse que apoia a decisão da Justiça e todas as medidas que ajudem a combater a corrupção.
Funes afirmou pelas redes sociais que não cometeu nenhum crime e disse que as acusações contra ele e sua família são políticas e orquestradas por grupos conservadores. Sobre a prisão de Pignato, ele disse que o “seu delicado estado de saúde não representa perigo de fuga”.
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