Um ex-comandante guerrilheiro pretende manter seu partido de esquerda no poder nas eleições presidenciais de El Salvador neste domingo, mas enfrenta o forte desafio de um rival de inclinações de direita, que quer usar o exército para combater poderosas gangues de rua.
Salvador Sanchez Cerén, um comandante rebelde que se tornou líder de alto escalão da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional, tinha uma vantagem sólida sobre seu adversário conservador Norman Quijano, que deixou o cargo de prefeito da capital para concorrer à presidência.
Mas com a competição dividida entre três candidatos principais, estima-se que Sanchez Cerén não conseguirá obter os 50 por cento dos votos necessários para vencer no primeiro turno, o que deve levá-lo a enfrentar Quijano novamente em 9 de março.
Sanchez Cerén promete ampliar os programas sociais de combate à pobreza profundamente arraigada que alimentou o crescimento de gangues.
"Nós sabemos que viver em paz é a maior aspiração do povo de El Salvador --segurança e paz-- e que eles querem empregos", disse Sanchez Cerén, 69, em um comício.
Quijano, 67, um ex-dentista que se tornou prefeito de San Salvador, prometeu enviar desempregados de 18 a 30 anos para o exército e sujeitá-los a cortes militares caso cometam crimes.
Outro candidato é Antonio Saca, que foi presidente de 2004 a 2009. Saca ocupa o terceiro lugar na corrida presidencial e está distante dos outros dois competidores em intenções de voto. Contudo, os votos de seus apoiadores podem decidir o vencedor se a eleição for para o segundo turno.