Viena Natascha kampusch, a jovem de 18 anos que no mês passado escapou do cativeiro em que foi mantida por oito anos, concordou em conceder amanhã uma entrevista à tevê pública ORF para relatar o pesadelo que viveu durante o período em que foi mantida refém. A emissora já avisou que a jovem aparecerá disfarçada para não ser reconhecida na rua.
O caso Kampusch provocou uma comoção nacional e chamou a atenção da mídia do mundo todo. A moça recebeu centenas de pedidos de entrevista desde que obteve a liberdade, mas até agora só concedeu três - uma para a ORF, outra para o jornal austríaco "Kronen Zeitung" e a última para uma revista. Para acabar com o assédio da mídia, a jovem optou por conceder uma entrevista sobre os anos que passou como prisioneira do engenheiro de telecomunicações Wolfgang Priklopil, 44 anos, que cometeu suicídio (atirando-se embaixo de um trem em movimento) após ser perseguido pela polícia, no mesmo dia em que a jovem conseguiu escapar do cativeiro, no dia 23 de agosto. "Para ela, é natural que o povo austríaco, que temeu por sua vida durante oito anos e celebrou sua libertação, seja o primeiro a saber dos detalhes", afirmou um assessor de imprensa da rede ORF.
Por enquanto, o público pode ver apenas fotos tiradas antes de seu seqüestro, aos dez anos de idade, ou imagens computadorizadas que retratariam a aparência de Kampusch atualmente. A entrevista pré-gravada que será exibida amanhã deve durar ao menos 20 minutos e será mostrada após um debate de três horas, do qual farão parte psicólogos e outros especialistas.
Sem cachê
A ORF nega que tenha pago pela entrevista. Apesar de seqüestro de crianças e outros tipos de violência infantil não serem crimes comuns na Áustria, o caso de Kampusch fez com que famílias se dessem conta da crueldade e do perigo a que estão expostas suas crianças e adolescentes. A polícia disse que amostra do DNA de Priklopil foram entregues à Interpol (Polícia Internacional) para que testes possam apontar se ele estaria envolvido em outros crimes fora da Áustria.
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