Depois de quatro denúncias de paternidade e o reconhecimento de uma criança, o presidente paraguaio, Fernando Lugo, passou ontem por exame de DNA para comprovar se é pai do filho de dois anos de Damiana Hortensia Morán, de 40 anos. Foram colhidas amostras de sangue e de secreção bucal do presidente, de Damiana e do filho dela, Juan Pablo, por ordem do juizado da infância paraguaio.
As amostras coletadas foram enviadas a três laboratórios paraguaios e podem ser remetidas também a uma clínica brasileira. O jornalista paraguaio Julio Benitez, do jornal ABC Color, afirmou à Gazeta do Povo que, segundo informações da assessoria da Presidência do país vizinho, havia a possibilidade de amostras de DNA serem enviadas para análise em Curitiba.
A informação foi negada à reportagem por Carlos Jorge Gill, responsável pelo exame no laboratório de Assunção Biodiagnostica, um dos nomeados. Os outros dois laboratórios indicados pela justiça paraguaia para realizar os exames são Mayer Lab e Curie. Procurados pela reportagem da Gazeta do Povo, seus responsáveis se negaram a falar sobre o assunto, alegando que o caso corre em segredo de justiça.
Apesar de ter informado em sua versão eletrônica, ontem, que as amostras seriam enviadas a Curitiba, o jornal ABC Color afirmou, em nova reportagem, que elas seriam enviadas a São Paulo e aos EUA. O laboratório Curie faria a análise no próprio Paraguai. Ainda segundo a imprensa do país, o resultado deve ser divulgado dentro de 10 a 15 dias.
Pesquisa
Uma enquete realizada recentemente pelo portal eletrônico do jornal ABC Color indicou que 69% dos leitores acreditam que o presidente Lugo seja de fato o pai do filho de Damiana Hortensia Morán. Ela afirma ter tido relações sexuais com Lugo durante a campanha eleitoral à Presidência, quando era militante de um dos partidos políticos que apoiou a candidatura do ex-bispo.
Lugo, que passa por tratamento contra um câncer linfático, foi sacerdote da igreja católica até 2004, quando foi aposentado do cargo. Em 2008, quando se candidatou, o Vaticano sugeriu que ele repensasse a decisão e depois o suspendeu.