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Exceto o Brasil: 11 países das Américas rejeitam decisão oficial sobre vitória de Maduro
Nicolás Maduro e Lula, durante visita do ditador venezuelano a Brasília em maio de 2023.| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Chile, Argentina, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai rejeitaram nesta sexta-feira (23) o anúncio do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, controlado pelo chavismo, que certificou a vitória do ditador Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho.

Em comunicado conjunto divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da Argentina, os governos dos 11 países duvidaram “da suposta verificação dos resultados do processo eleitoral de 28 de julho, emitida pelo chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, que pretende validar os resultados infundados emitidos pelo órgão eleitoral”.

“Nossos países já haviam expressado repúdio à validade da declaração do CNE, depois que os representantes da oposição não tiveram acesso à contagem oficial, à não divulgação da contagem oficial e à subsequente recusa em realizar uma auditoria imparcial e independente de todas elas”, acrescentaram.

De acordo com esse argumento, lembraram que “a Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos sobre a República Bolivariana da Venezuela advertiu sobre a falta de independência e imparcialidade de ambas as instituições, tanto o CNE quanto o TSJ”.

“Os países abaixo assinados reiteram que somente uma auditoria imparcial e independente dos votos, que avalie todos os registros, garantirá o respeito à vontade soberana do povo e à democracia na Venezuela. Como o restante da comunidade democrática internacional, continuaremos a insistir no respeito à expressão soberana do povo venezuelano, que se pronunciou pacífica e vigorosamente em 28 de julho”, enfatizaram.

Da mesma forma, expressaram profunda preocupação e rejeição às "violações de direitos humanos realizadas contra cidadãos que pacificamente exigem o respeito ao voto dos cidadãos e o restabelecimento da democracia".

A presidente do TSJ, a chavista Caryslia Rodríguez, que liderou a revisão judicial dos resultados, anunciou nesta quinta-feira (22) que a Câmara Eleitoral validou os resultados das eleições de 28 de julho emitidos pelo CNE.

A maior coalizão opositora venezuelana, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), alega que seu candidato, Edmundo González Urrutia, venceu a eleição presidencial por uma ampla margem e divulgou 83,5% das atas eleitorais para reforçar sua reivindicação, que foi apoiada por vários países e organizações nacionais e internacionais.

O CNE proclamou Maduro vencedor sem ter divulgado os resultados desagregados, um ponto que estava contemplado no cronograma da disputa, que foi exigido por grande parte da comunidade internacional.

O Brasil não assinou o comunicado e até o momento não se pronunciou sobre a decisão do Supremo venezuelano.

EUA: ratificação da vitória de Maduro pelo Supremo não tem credibilidade

Ainda nesta sexta, o governo dos Estados Unidos considerou que a ratificação por parte do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela da vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho “não tem credibilidade”.

“Esta resolução carece de qualquer credibilidade, dadas as provas esmagadoras de que González recebeu a maioria dos votos”, afirmou em um comunicado o Departamento de Estado, se referindo ao representante da PUD, Edmundo González.

A nota destacou que as atas "disponíveis publicamente e verificadas de forma independente mostram que os eleitores venezuelanos elegeram Edmundo González como seu futuro líder”.

"Deve ser respeitada a vontade do povo venezuelano. Agora é a hora de os partidos venezuelanos começarem a falar sobre uma transição pacífica e respeitosa, de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano", disse o Departamento de Estado. “Os Estados Unidos e a comunidade internacional continuarão defendendo os eleitores venezuelanos, cuja vontade e direitos têm sido continuamente minados desde 28 de julho. Estamos prontos para apoiar um processo inclusivo liderado pela Venezuela para restaurar as normas democráticas”, concluiu o Departamento de Estado. 

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