Troy Anthony Davis, de 42 anos, condenado por matar um policial fora de serviço na cidade de Savannah há mais de duas décadas, foi executado por injeção letal na madrugada de ontem, menos de uma hora depois de a Suprema Corte de Justiça dos EUA recusar-se a intervir. Sua execução ocorreu na prisão de Jackson, cidade a 77 quilômetros de Atlanta.
A execução de Troy Davis pôs fim a uma questão que se tornou uma causa para os defensores da erradicação da pena de morte em todo o mundo, dentre eles, o Papa Bento XVI e o ex-presidente americano Jimmy Carter.
A execução começou às 22h53 de quarta-feira (horário local), segundo um grupo de repórteres que estavam presentes. Dois membros da família do policial morto em 1989, Mark Allen MacPhail, olharam fixamente para o réu durante todo o processo. "Sou inocente", disse-lhes Davis. Porém, suas últimas palavras foram dirigidas aos funcionários da prisão que lhe aplicaram a injeção: "Que Deus tenha piedade de vossas almas. Que Deus abençoe vossas almas". Davis também afirmou que pediu à sua família e aos amigos "que continuem a lutar esta luta".
O ex-presidente Carter disse esperar que o caso leve os norte-americanos a refletir e a rejeitarem a pena de morte. "Se um dos nossos cidadãos pode ser executado mesmo com tantas dúvidas sobre se é culpado, então o sistema da pena de morte nos Estados Unidos é injusto e obsoleto", afirmou Carter.
Obama
O presidente Barack Obama afirmou na noite de quarta-feira que não iria interferir na execução, uma vez que a questão era da alçada do estado da Georgia. Dezenas de manifestantes protestaram contra a execução em frente à Casa Branca em Washington. Na frente da prisão onde Davis foi executado, pelo menos 700 pessoas protestavam.
A execução estava programada para as 19h (no horário local), mas foi adiada porque os advogados de Davis tentaram um pedido de última hora na Suprema Corte.
Davis foi condenado à morte em 1991 pelo assassinato de MacPhail, um veterano de guerra. O policial foi baleado em 19 de agosto de 1989 em um estacionamento de uma lanchonete Burger King em Savannah. A arma do crime nunca foi encontrada.
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