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Nesta segunda-feira (2), tiveram início os exercícios militares anuais entre as Marinhas das Filipinas e dos Estados Unidos, conhecidos como "Samasama" (Juntos, em Tagalo, um dos principais idiomas falados nas Filipinas), no sul da ilha de Luzon.
Os exercícios, que se estenderão até o dia 13 de outubro, abrangem práticas de guerra antissubmarina, antissuperfície, antiaérea e eletrônica.
Com mais de 730 soldados filipinos e cerca de 630 americanos participando, os exercícios também contam com a presença de tropas das Marinhas do Japão, Austrália, Canadá, Reino Unido e França, além da intervenção da Nova Zelândia e Indonésia como observadores.
O objetivo declarado desses exercícios é reforçar o compromisso comum de defender o Estado de Direito, garantir a liberdade de utilização marítima e manter uma ordem internacional baseada em regras. Tais ações multinacionais foram destacadas pelo embaixador dos EUA no Japão, Rahm Emanuel, como testemunho dos “laços duradouros entre as nações participantes”.
Essa edição dos exercícios militares entre EUA e Filipinas possui contornos adicionais de controvérsia devido à intensificação dos laços de defesa entre Washington e Manila nos últimos meses, após a posse do presidente Ferdinand Marcos Jr. A escalada de tensão com a China por disputas territoriais na região do Mar da China Meridional também contribui para a complexidade do cenário.
Na última quinta-feira (28), a China emitiu um alerta de navegação, proibindo sem maiores detalhes qualquer exercício militar planejado no Mar da China Meridional. Esta proibição confronta diretamente os exercícios colocados em práticas nesta segunda-feira, uma vez que as reivindicações de soberania da China sobre ilhas do mar em questão colidem com as de Manila.
Pequim sustenta sua reivindicação quase total do Mar da China Meridional, incluindo os arquipélagos Paracel e Spratly. No entanto, essa alegação entra em conflito com as áreas econômicas exclusivas de 200 milhas náuticas, conforme estabelecido pela legislação internacional, de países como Filipinas, Vietnã e Malásia.
Em 2016, a Corte Permanente de Arbitragem deu razão a Manila em sua queixa contra as reivindicações chinesas, decisão que a China recusa-se a acatar, alegando razões históricas. (Com Agência EFE)