A China iniciou nesta sexta-feira (24) o segundo dia de exercícios de suas Forças Armadas nos arredores de Taiwan, que inclui “operações integradas dentro e fora do arquipélago e um teste de capacidade conjunta de tomada do poder conjunta”, segundo fontes militares.
O porta-voz do Comando do Teatro Oriental, Li Xi, disse em um comunicado que as manobras - batizadas de Espada Conjunta - também consistirão em treinos de “ataques conjuntos e controle de áreas importantes”.
A ação militar da China ocorre na mesma semana em que tomou posse o presidente de Taiwan, William Lai (Lai Ching-te), considerado um “causador de problemas” por Pequim.
Nesta quinta (23), primeiro dia dos exercícios, Taiwan pediu calma a seus cidadãos, mobilizou suas Forças Armadas e garantiu que protegerá a democracia na ilha com “determinação”.
As primeiras manobras incluíram a participação de ao menos 42 aeronaves e 31 navios chineses ao redor da ilha e de seus arquipélagos periféricos, de acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan.
Dessas 42 aeronaves, 28 teriam cruzado o divisor de águas do Estreito de Taiwan, uma fronteira não oficial que foi respeitada por Pequim e Taipé por décadas até 2022, ou entrado na autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan.
Nesta quinta, as Forças Armadas chinesas descreveram os exercícios como uma “forte punição” para os “atos separatistas” daqueles que buscam a “independência de Taiwan”, enquanto o Ministério das Relações Exteriores da China assegurou que esses eram movimentos “legítimos e necessários”.
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan reiterou que a ilha “continuará a defender sua crença na democracia” e não mudará “devido à coerção” da China.
A China está recorrendo a essas manobras pela quarta vez desde 2022, quando realizou a primeira em resposta à visita da então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, o que enfureceu Pequim e elevou as tensões entre os dois lados do estreito a níveis nunca vistos em décadas.
A ilha autônoma, cuja soberania é reivindicada por Pequim, é uma das principais fontes de atrito entre a China e os Estados Unidos - principal país fornecedor de armas a Taiwan e que pode intervir em caso de conflito.