As poderosas forças armadas do Egito deram ao presidente islâmico Mohamed Mursi um ultimato nesta segunda-feira para que compartilhe o poder, insistindo que os rivais políticos do país cheguem a um acordo sobre um plano abrangente para o futuro do país dentro de 48 horas.

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Um dramático comunicado militar transmitido pela TV estatal declarou que o país estava em perigo depois que milhões de egípcios foram às ruas no domingo para exigir que Mursi deixe o poder e que a sede da Irmandade Muçulmana foi saqueada.

"Se a demanda do povo não for atendida dentro do prazo estipulado, será incumbência (das Forças Armadas) ... anunciar um caminho para o futuro", disse o chefe do Estado-Maior, general Abdel Fattah al-Sisi, no comunicado.

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O discurso foi seguido por música patriótica.

As pessoas manifestaram a sua vontade com clareza sem precedentes nos grandes protestos, e perder mais tempo só aumentaria o perigo de divisão e conflito, disse ele.

O Exército afirmou que irá supervisionar a aplicação do plano acordado "com a participação de todas as facções e partidos nacionais, incluindo os jovens", mas que não irá se envolver diretamente na política ou no governo.

No lado de fora do palácio presidencial, manifestantes contrários a Mursi aplaudiram o comunicado do Exército, e o principal partido de oposição Frente de Salvação Nacional, que exigiu um governo de unidade nacional durante meses, saudou o movimento dos militares.

Na Praça Tahrir, no Cairo, milhares de pessoas foram comemorar o movimento do Exército: "Queremos que um novo Conselho das Forças Armadas governe até novas eleições", disse o contador Mohamed Ibrahim, de 50 anos. "Só o Exército aceita a vontade revolucionária legítima do povo."

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Não houve uma reação imediata do gabinete do presidente.

Foi a segunda vez em pouco mais de uma semana que as Forças Armadas fizeram uma advertência formal aos políticos, aumentando a pressão sobre Mursi a admitir a partilha do poder com a oposição liberal, secular e de esquerda.