• Carregando...

O Exército da Nigéria anunciou neste sábado (10) que posicionou duas de suas divisões para tentar impedir que as mais de 200 estudantes sequestradas por radicais islâmicos sejam levadas para fora do país.

Os soldados serão espalhados pelas áreas de fronteira com o Chade, o Níger e Camarões, de acordo com o general Chris Olukolade.

O governo do presidente Goodluck Jonathan tem enfrentado críticas por sua resposta lenta desde que militantes do Boko Haram invadiram uma escola secundária na vila de Chibok, perto da fronteira com Camarões, em 14 de abril, e sequestraram as meninas. Cinquenta delas escaparam, porém mais de 200 permanecem com os insurgentes.

A força aérea, a polícia e uma força-tarefa multinacional se juntaram a dez equipes de busca. Especialistas em sequestros dos Estados Unidos e do Reino Unido estão na Nigéria para ajudar no trabalho.

Na sexta-feira (9), o presidente Jonathan disse acreditar que as estudantes continuam na Nigéria e que não foram levadas para Camarões. Foi a primeira indicação que ele deu sobre o paradeiro das meninas.

Boko Haram, que significa em língua local "a educação não islâmica é pecado", luta para impor a lei islâmica na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul. O líder do grupo, Abubakar Shekau, ameaçou publicamente vender as adolescentes.

Alerta ignorado

Um relatório publicado ontem pela Anistia Internacional afirmou que os quartéis do exército nigeriano em Damboa, a cerca de 35 quilômetros de Chibok, e em Maiduguri, a 130 quilômetros, receberam avisos entre as 19h de 14 de abril e as 2h da madrugada de 15 de abril sobre a ameaça do grupo islamita.

No entanto, a impossibilidade de reunir tropas devido aos poucos recursos e ao medo de enfrentar grupos armados, frequentemente mais bem equipados que eles, desencorajou o exército, que decidiu não enviar reforços a Chibok naquela noite, relatou a Anistia.

Por sua vez, o exército nigeriano negou as acusações e classificou o relatório da AI de "muito lamentável" e "falso".

"É inconcebível que os militares tenham recebido uma informação sobre um ataque iminente e não tenham feito nada a respeito. Investigaremos isso", disse hoje o ministro de Informação da Nigéria, Labaran Maku, em entrevista à TV local.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]