Os golfinhos treinados pela Força Naval da Ucrânia na Crimeia para missões de combate passaram a integrar as tropas russas depois da incorporação da península à Rússia.
O programa de treinamento dessas espécies marinhas, que havia sido abandonado após a desintegração da União Soviética, foi retomado pela marinha da Ucrânia em 2012 em um dos dois aquários de Sebastopol, onde ficava a base militar do país.
Os métodos de ensino para ampliar as habilidades dos golfinhos e dos leões-marinhos não são claros, mas tinham o objetivo de preparar os animais para usá-los na localização de armamento submarino e de objetos e pessoas submersos.
Embora não haja informações sobre o treinamento realizado nos últimos dois anos em Sebastopol, algumas aptidões de combate são conhecidas desde os tempos soviéticos.
Os cientistas observaram que os golfinhos possuem um reflexo natural para empurrar em direção à superfície indivíduos que estejam se afogando, o que é justificado por sua necessidade de respirar fora da água e pelos fortes instintos de sobrevivência e de cooperação em grupo.
Por conta dessas características, os golfinhos são tão apreciados nos trabalhos de resgate de pessoas afogadas, mas seu instinto também pode ser aproveitado para localizar e até mesmo matar mergulhadores inimigos.
Na prática, a Frota do Mar Negro se limitou a usar os golfinhos em tarefas de localização de mergulhadores não autorizados em águas de suas bases navais na península da Crimeia.
Em meados de século passado, os cetáceos também eram treinados para missões suicidas, nas quais, com potentes explosivos amarrados ao corpo, deveriam localizar submarinos e navios inimigos.
ONU
Assembleia Geral da ONU aprovou ontem resolução contra anexação da Crimeia.
Uma resolução que declara a anexação da Crimeia inválida foi aprovada ontem pela Assembleia Geral da ONU. O texto recebeu 100 votos a favor, 11 contrários e 58 abstenções.
A Ucrânia recorreu à Assembleia Geral, órgão em que podem votar os 193 países membros da ONU, depois do veto de Moscou quando a questão foi levada ao Conselho de Segurança em 15 de março passado, um dia antes do referendo em que a Crimeia decidiu aderir à Federação Russa.
O Brasil se absteve de votar. EUA, União Europeia e Japão estão entre os que votaram a favor da resolução. Contra, votaram Rússia, Síria, Coreia do Norte e Venezuela.