O Exército sírio lançou hoje um ataque repressivo contra "gangues armadas" na cidade de Jisr al-Shughur, onde autoridades disseram que 120 policiais e soldados foram massacrados mais cedo nesta semana. "As unidades do Exército iniciaram sua missão para controlar Jisr al-Shughur e as vilas vizinhas e prender gangues armadas", afirmou a televisão estatal. Segundo a TV oficial, a operação foi lançada "a pedido dos moradores".
Ativistas pelos direitos humanos disseram que mais de 50 mil moradores de Jisr al-Shughur fugiram, muitos para a vizinha Turquia, quando tanques e soldados começaram a se concentrar nas proximidades da cidade do noroeste do país. Segundo eles, a cidade estava praticamente deserta.
A televisão estatal culpou na quarta-feira "gangues terroristas armadas" pela violência na região. Segundo o governo, 120 soldados e policiais morreram na cidade. Porém ativistas da oposição disseram que as mortes foram fruto de um motim de tropas que se recusavam a reprimir manifestantes. Os protestos contra o governo começaram em março na Síria. Mais de 1.100 civis, incluindo dezenas de crianças, foram mortos na repressão, segundo ativistas pelos direitos humanos.
A ação oficial ocorre no momento em que o regime do presidente Bashar Assad enfrenta pressão internacional por causa da repressão. O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou o regime sírio de perpetrar uma "atrocidade" contra manifestantes, informou hoje a agência de notícias Anatólia. "Infelizmente, eles (líderes sírios) não se comportam de modo humano", afirmou Erdogan. Ele disse que conversou com Assad há alguns dias, porém o líder sírio subestima a situação, qualificada por Erdogan como "inaceitável".