Gaza (EFE) O Exército israelense colocou à zero hora de hoje (18 h de ontem em Brasília) uma barreira na passagem fronteirça de Kisufim, entre Israel e a Faixa de Gaza, dando início oficial à evacuação de 21 assentamentos de Gaza e 4 da Cisjordânia. A retirada deve encerrar 38 anos de ocupação e representa um passo decisivo no processo de paz entre palestinos e israelenses.
Na barreira há um cartaz que diz: "Pare. A entrada na Faixa de Gaza e a presença ali está proibida por lei." Durante o fim de semana, dezenas de veículos de colonos saíram da região. Os atos de resistência, até ontem, não colocavam a operação em risco. A retirada espontânea, chamada de Confraternidade, segue até amanhã. Os judeus que permanecerem na Faixa de Gaza a partir de quarta-feira correm o risco de ser removidos à força.
No primeiro confronto armado depois do fechamento da Faixa de Gaza, o Exército israelense disparou contra posições de milícias palestinas no assentamento de Kfar Darom pouco, depois de uma bomba explodir no local. Os colonos judeus desse assentamento ameaçam resistir à retirada forçada.
"Nós definitivamente não vamos deixar que nos expulsem assim facilmente'', disse Avner Shimoni, um dos líderes dos colonos. "Eu diria que 50% ou 60% de nós vão ficar, e o resto vai embora [antes de quarta-feira].''
Colonos dos assentamentos do norte da Cisjordânia enfrentaram o Exército. Um oficial foi ferido na mão, informaram fontes israelenses. O episódio ocorre minutos antes de o Exército de Israel fechar os quatro assentamentos do norte da Cisjordânia. Os colonos dos assentamentos de Homesh e Sanur chamaram os simpatizantes a entrar nas duas colônias antes de o bloqueio ser imposto. Os judeus dizem ter atraído 4 mil pessoas a seus assentamentos.
Por outro lado, os assentamentos judaicos de Dugit, Nissanit e Elei Sinai, no norte da Faixa de Gaza, estão praticamente vazios, informaram fontes da Autoridade Palestina, que prepara as comemorações nacionais pela retirada de Israel. A maioria dos colonos que viviam nesses locais e que eram laicos decidiu desocupar suas casas antes do início da fronteira ser fechada.
O Exército de Israel começou a enviar carros blindados ao assentamento de Neve Dekalim, no bloco de Gush Katif. O chefe da segurança do assentamento de Netzer Hazani, garantiu que "os carros de combate não serão utilizados contra os colonos". A mobilização das forças israelenses teria o objetivo de assegurar a calma.
Milhares de policiais israelenses e palestinos estão em Gaza. Eles dizem que qualquer pessoa pode sair da região, mas que ninguém pode entrar. "Estamos em nosso nível de alerta máximo'', disse o chefe de polícia israelense Moshe Karadi.
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