Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Líbia

Exército diz que vai “purgar” o leste, onde está Benghazi

Manifestante queima a bandeira da França, que quer impor uma zona de exclusão aérea na Líbia | Mahmoud Tawil
Manifestante queima a bandeira da França, que quer impor uma zona de exclusão aérea na Líbia (Foto: Mahmoud Tawil)

Após retomar mais de 140 quilômetros de território rebelde nos últimos quatro dias, o Exército líbio prometeu "purgar’’ o resto do país ao reconquistar Brega. Depois de Al Uqaila, na estrada costeira, os soldados governamentais tomaram o controle de Al Busher e bombardearam Brega, cidade petroleira estratégica que fica a 240 quilômetros de Benghazi.

As tropas agora avançam rumo a Ajdabiyah, última cidade a caminho de Benghazi, considerada o bastião da oposição na região leste. No oeste, os rebeldes dizem ter contido o contra-ataque das tropas do ditador Muamar Kadafi em meio a violentos confrontos. Dezenas de rebeldes fugiram de Brega em veículos que transportavam baterias antiaéreas para se posicionar em Ajdabiya, 80 km mais ao leste. "Os grupos terroristas fogem diante dos ataques. Libertamos Zauiya, Al Uqaila, Ras Lanuf, Brega e o exército avança para limpar o resto do país", advertiu o coronel Milad Hussein.

Em resposta, os oposicionistas alertaram para uma grande batalha em Ajdabiyah, "cidade vital’’ cuja "defesa é muito importante’’, indicou Abdul Fatah Yunis, comandante dos rebeldes.

De acordo com a oposição, as tropas leais a Kadafi usaram tanques, navios de guerra e bombardeiros aéreos durante o ataque a Brega. Enquanto isso, o regime busca reconquistar a confiança das indústrias petroleiras.

As tropas de Kadafi ocuparam, também no oeste, a cidade de Zauiya, o posto avançado rebelde mais próximo da capital. O regime comemorou "sua vitória" após duas semanas de combates. Mas os insurgentes continuam controlando Misrata (150 km ao leste da capital). A companhia petroleira nacional líbia anunciou que os portos petroleiros agora estão "seguros" e "operacionais", pedindo aos empregados do setor que voltem ao trabalho e às sociedades estrangeiras que reiniciem as exportações de petróleo.

Ação militar externa

Um dia após apoiar uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, a Liga Árabe reiterou que não é tarde demais para uma ação militar externa no país. No Cairo, em reunião com a chanceler da Espanha, Trinidad Jiménez, o secretário-geral do bloco, Amr Moussa, disse que ainda há tempo para "proteger a população civil e parar o massacre’’. Em reação, o regime líbio afirmou que o pedido é baseado em "alegações falsas’’.

Moussa, que deve concorrer à Presidência do Egito, acrescentou que os países árabes defendem somente uma ação multilateral coordenada pela ONU, ao invés de intervenções militares estrangeiras.

A Espanha disse que participaria das operações aéreas desde que tenham o aval do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a França reiterou que trabalha para convencer as potências a coordenarem uma ação militar no país.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, deve iniciar hoje uma rodada de conversas sobre a crise líbia em visita a países da Europa e do Oriente Médio.

Ontem, a tevê estatal disse que, após tomar o controle dos campos em Ras Lanuf, as empresas estrangeiras contam com um ambiente de segurança para a retomada de suas operações.

Na mesma cidade, no entanto, batalhas deixaram instalações da italiana Eni SpA em chamas, levando o governo a pedir ajuda da empresa para extinguir o incêndio. Embora avance em território, o regime do ditador líbio fica cada vez mais isolado diplomaticamente.

Al-Qaeda

Um responsável da Al-Qaeda, Abu Yahya al Libi, chamou os insurgentes a continuarem seu combate "sem hesitação e sem medo", em gravação de vídeo difundida por sites islamitas. Essa é a primeira reação dessa rede terrorista desde o início da insurreição em 15 de fevereiro, cuja autoria o coronel Kadafi atribui com frequência.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.