O Exército egípcio prendeu dezenas de egípcios envolvidos nos protestos de massa contra o governo do presidente Hosni Mubarak e cometeu abusos contra alguns detidos, disseram nesta quinta-feira ativistas egípcios e grupos dos EUA de defesa dos direitos humanos.
O Exército foi enviado às ruas em 28 de janeiro para restaurar a ordem. Foi saudado pelos manifestantes, que o viram como força neutra. O Exército disse que protegeria os manifestantes contra partidários de Mubarak que os vêm atacando, mas também pediu que os manifestantes voltassem para casa.
"Desde 31 de janeiro a Human Rights Watch documentou a prisão arbitrária por policiais do Exército de pelo menos 20 manifestantes que estavam deixando a praça Tahrir ou se dirigindo a ela", disse a HRW, sediada em Nova York, em comunicado.
"A maioria dessas prisões ocorreu nas proximidades da praça ou em outros locais do Cairo de onde manifestantes estavam levando provisões à praça."
A HRW disse que documentou pelo menos cinco casos de tortura. Um detido que foi libertado disse à HRW que viu oficiais militares aplicarem choques elétricos em pelo menos 12 detidos em 1 de fevereiro.
O Exército nega que tenha abusado de manifestantes.
"As forças armadas negam qualquer abuso de manifestantes. As forças armadas se atêm ao princípio de proteger manifestantes pacíficos e nunca disparou, nem vai disparar, contra manifestantes", disse uma fonte das Forças Armadas, respondendo às acusações.
A HRW disse que pelo menos 119 pessoas foram detidas desde que o exército foi para as ruas. O exército entrou em ação depois de a polícia ter perdido o controle e ter sido retirada das cidades egípcias maiores.
Os detidos incluem manifestantes, ativistas de direitos humanos e jornalistas que cobriam os protestos. Não ficou claro quantas pessoas continuam detidas.
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