Exército do Sri Lanka monitora área atingida por explosões em Colombo| Foto: Buddhika Weerasinghe / Reuters

Jatos e helicópteros de ataque do Sri Lanka bombardearam neste sábado as posições da guerrilha dos Tigres da Libertação Tâmil no norte da ilha, disse um militar, um dia depois de forças terrestres terem tomado o controle da capital rebelde, Kilinochchi.

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Os militares têm agora como alvo a cidade portuária de Mullaitivu e outros redutos rebeldes no norte, em sua tentativa de dar um golpe fatal para pôr fim a 25 anos de guerra separatista na ilha, durante os quais mais de 70.000 pessoas foram mortas.

Pelo menos três pessoas ficaram feridas e vários veículos foram danificados em uma explosão, neste sábado, no centro comercial da capital, Colombo, a segunda na cidade no período de dois dias.

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O porta-voz militar brigadeiro Udaya Nanayakkara culpou os rebeldes pelo ataque, que disse ter sido uma tentativa de amedrontar a população ou mostrar que Colombo não é segura.

"Um pequeno artefato explosivo improvisado colocado sob um veículo utilitário explodiu, ferindo três pessoas", disse Nanayakkara.

Não houve nenhum comentário direto do grupo Tigres de Libertação da Pátria Tâmil sobre a perda de Kilinochchi, cidade que há tempos era o centro da luta dos rebeldes pela criação de um Estado independente para a minoria tâmil.

"Jatos de combate fizeram uma incursão contra uma base marítima dos Tigres em Mullaitivu enquanto os helicópteros MI-24 atacavam posições rebeldes dentro e ao redor Mullaitivu em apoio às tropas terrestres," disse o porta-voz da Força Aérea comandante de aviação Janaka Nanayakkara.

As tropas entraram na sexta-feira em Kilinochchi, numa parte mais remota no norte, em um dos maiores reveses para a guerrilha nos últimos anos.

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Não há detalhes sobre vítimas de combates e um site pró-rebeldes (www.tamilnet.com) informou que os Tigres mudaram seu quartel-general bem mais para o nordeste antes da tomada da cidade.

"O Exército do Sri Lanka entrou em uma cidade praticamente fantasma", disse o site. "Os Tigres, que impuseram pesada resistência até agora, mantiveram suas baixas tão mínimas quanto possível na luta defensiva."

Nanayakkara disse que as tropas estão realizando neste sábado buscas e operações de retomada de controle na cidade de Kilinochchi.

A segurança foi reforçada em toda a ilha depois que um ataque suicida matou três integrantes da guarnição da Força Aérea em Colombo, pouco depois de o presidente Mahinda Rajapaksa ter anunciado a tomada de Kilinochchi.

O porta-voz da Defesa, Keheliya Rambukwella disse que as tropas estão a 2 quilômetros do Passo do Elefante, uma posição-chave sob controle dos rebeldes no estreito no norte da península de Jaffna, e a 6 quilômetros da cidade de Mullaitivu, que os soldados iriam capturar em breve.

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Medo de ataques

Autoridades militares dizem que os rebeldes reagiram no passado com atentados suicidas na capital e outras áreas quando estiveram sob pressão nas regiões onde têm suas bases, no norte.

"Nós tomaremos todas as medidas possíveis para evitar quaisquer atentados terroristas. Eles (os Tigres Tâmeis) estão desesperados agora após as grandes derrotas na frente da guerra no norte, por isso vão tentar desfechar mais ataques", disse Nanayakkara.

Os Tigres da Libertação Tâmil começaram a luta contra o governo em 1983. Dizem que combatem pelos direitos da minoria étnica tâmil por causa dos maus-tratos de sucessivos governos liderados pela maioria de etnia cingalesa desde que o Sri Lanka se tornou independente da Grã-Bretanha, em 1948.

Exatamente um ano atrás, o governo de Rajapaksa abandonou um acordo de cessar-fogo com a guerrilha, mediado pela Noruega, alegando que os rebeldes estavam usando a trégua como fachada para se reagruparem e se rearmarem.

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As tropas do governo vinham cercando a cidade de Kilinichchi desde setembro e ambos os lados dizem ter infligido pesadas baixas ao adversário.

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado Gordon Duguid disse que os Tigres Tâmeis tinham sido "uma das mais brutais e notórias organizações terroristas nos últimos 20 anos", mas ele pediu que o governo do Sri Lanka responda às preocupações da etnia tâmil.

"Um diálogo pacífico é o que se pede para resolver as diferenças e as preocupações legítimas dos tâmeis", disse ele.