Bagdá (AFP/Reuters) O Exército norte-americano admitiu ontem ter disparado domingo em Bagdá contra uma equipe de jornalistas da agência Reuters TV, matando um técnico de som, Walid Khaled, e ferindo um colega dele, o cinegrafista Haidar Kazem Nur. O incidente ocorreu no bairro Adel, oeste de Bagdá, perto da mesquita Um al-Qura, sede do Comitê dos Ulemás Muçulmanos, a principal associação religiosa sunita do Iraque.
"Nossos soldados na região viram um carro em grande velocidade em direção a eles e pensaram na possibilidade de um atentado suicida", declarou o general Rick Lynch, porta-voz do Exército norte-americano. Lynch explicou que os soldados também viram algo que parecia uma arma, provavelmente as câmeras e tripés. "Neste caso, nossos homens agiram de maneira apropriada", declarou o oficial.
O editor global da Reuters, David Schlesinger, rejeitou a tese de que a morte de Waleed foi justificada. "A idéia de que a morte de um jornalista profissional cumprindo seu dever poderia ser justificável é repugnante para mim", afirmou.
Lynch, porta-voz de todas as forças lideradas pelos EUA no Iraque, disse que a investigação do incidente, feita por um oficial da mesma divisão do Exército envolvida nos disparos, já foi concluída. Mas um porta-voz da divisão afirmou que o relatório ainda não foi formalmente completado e que não está disponível.
Schlesinger pediu aos militares que divulguem o resultado do inquérito assim que possível, para que a Reuters possa responder completamente. "Chegar a essas conclusões sem uma investigação completa e independente é precipitado e pouco inteligente", acrescentou.
As forças dos Estados Unidos destacadas no Iraque libertaram ontem Haidar Kazem Nur, cinegrafista da agência Reuters, que ficou sob custódia dos militares por três dias, informou a rede catariana de televisão Al Jazira. Depois de atingido pelos soldados dos EUA, Kazem tinha sido levado a um hospital militar.
Um colega de Kazem, Ali Omar Abrahem Al-Mashadani, também cinegrafista da Reuters, está na prisão de Abu Ghraib desde que foi detido, no dia 8 de agosto, pelas forças americanas.
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