Tropas do governo da Síria e rebeldes entraram em confronto na capital do país, Damasco, nesta segunda-feira. A rodovia que liga o Aeroporto Internacional de Damasco com o sul da cidade chegou a ser fechada, acontecimento sem precedentes no conflito, disse Mustafa Osso, ativista baseado na Síria. "Parece haver uma nova estratégia de trazer a luta para o centro da capital", disse ele, referindo-se aos rebeldes do Exército Livre Sírio. "A capital costumava ser segura. Isso vai preocupar o regime."
Este é o segundo dia em que o conflito intensificou-se, com ativistas afirmando que a situação é a mais violenta desde que a revolta começou, há 16 meses. Osso e o Observatório Sírio para Direitos Humanos, baseado em Londres, afirmaram que as lutas estão concentradas nos distritos de Kfar Souseh, Midan e Tadamon e no subúrbio de Qatana.
Confrontos esporádicos vêm acontecendo em Damasco nos últimos meses, apesar das forças do presidente Bashar Assad permanecerem firmemente no controle da capital. Muitos subúrbios, entretanto, levantaram-se contra o regime, gerando uma feroz reposta dos militares.
Um morador da capital, que falou em condição de anonimato por medo de represálias, disse que tiros e explosões esporádicas ressoaram pela manhã. O fato de os embates acontecerem de dia, ao contrário dos anteriores, que ocorreram de noite, mostra que os rebeldes estão mais ousados.
No domingo, a violência na Síria chegou a um novo patamar. A Cruz Vermelha Internacional declarou formalmente o conflito como guerra civil, um status com implicações para potenciais julgamentos por crimes de guerra.
Também no domingo, observadores da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgaram mais detalhes do que aconteceu no vilarejo de Tremseh, onde dezenas foram mortos pelo Exército. O time de observadores fez sua segunda visita è região e disse que tropas sírias foram de porta em porta na pequena comunidade rural, checando identidades, matando alguns e levando outros.
Ativistas contra o regime estimam que mais de 17 mil pessoas morreram na Síria desde que a revolta começou, em março de 2011. As informações são da Associated Press.
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