As Forças Armadas egípcias anunciaram em rede nacional de televisão nesta quinta-feira que intervieram para "salvaguardar o país" e asseguraram aos manifestantes que o presidente Hosni Mubarak atenderá a suas exigências, no mais claro sinal até o momento de enfraquecimento do homem que governa o Egito há quase 30 anos. Pouco depois do anúncio, a televisão estatal egípcia informou que Mubarak fará na noite desta quinta (horário local) um pronunciamento à nação.
Depois de 17 dias seguidos de protestos, as Forças Armadas informaram ter começado a tomar "todas as medidas necessárias para salvaguardar a nação". Além disso, garantiram "apoiar as demandas legítimas do povo".
A televisão egípcia interrompeu toda a programação para apresentar uma gravação de um painel de oficiais militares lendo um texto, apresentado por eles como o "comunicado número um" do Conselho Supremo das Forças Armadas. "Baseado na responsabilidade das Forças Armadas e em seu comprometimento para proteger o povo e sua diligência em proteger a nação (...) e em apoio às legítimas demandas do povo", o Exército "continuará se reunindo continuamente, para examinar medidas tomadas para proteger a nação e os ganhos e ambições do grande povo egípcio", afirma o comunicado das Forças Armadas.
Normalmente, o Conselho Supremo das Forças Armadas é comandado pelo próprio Mubarak. Nesta quinta, porém, a reunião foi liderada pelo ministro da Defesa, Mohamed Tantawi, informou a rede Al-Jazira. O vice-presidente Omar Suleiman, ele próprio um general reformado, também não participou. O comunicado dos militares foi recebido com alegria pelos manifestantes na Praça Tahrir, no centro do Cairo, epicentro dos protestos pelo fim do regime. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.
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