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Pandemia

Exército dos EUA quer treinar centenas de soldados em “bolhas de segurança” de coronavírus

Membros do Exército dos EUA recebem máscaras N95 de Shenzen, China, no aeroporto Logan International, 2 de abril de 2020 (Foto: Maddie Meyer/ Getty Images/ AFP)

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O Exército dos Estados Unidos tem planos de continuar treinando grandes grupos de soldados durante a pandemia de coronavírus criando "bolhas de segurança" para soldados que não tenham covid-19, disse o secretário do Exército, Ryan McCarthy, em entrevista para o Defense One na quinta-feira.

As medidas de distanciamento social adotadas no Estados Unidos impedem os treinamentos militares coletivos realizados em bases pelo país. O plano é testar um batalhão inteiro de soldados para covid-19 e, se ninguém tiver resultado positivo para a doença, enviar todos para o campo, onde ficarão isolados por um mês, com refeições pré-preparadas.

Os procedimentos de transporte seguro dos militares foram testados na semana passada pelas Forças Armadas dos EUA. Em um modelo inicial da "bolha de segurança", 800 soldados foram levados em 32 ônibus desinfectados para bases avançadas de treinamento. Os soldados foram monitorados para sintomas de covid-19, mas não fizeram testes para a doença.

Os militares foram transportados em uma quantidade de ônibus maior do que a necessária, para que eles pudessem manter distância entre si, conforme as recomendações das autoridades de saúde. Os veículos tinham banheiros a bordo para evitar paradas no trajeto.

Um grupo partiu do Treinamento Básico de Combate em Fort Jackson, na Carolina do Sul, para Fort Lee, na Virginia, enquanto outro grupo foi de Fort Skill, em Oklahoma, para San Antonio, no Texas, segundo o site de notícias Military.

O Departamento de Defesa americano procura equilibrar a necessidade de proteger os militares do vírus enquanto mantém a prontidão para potenciais combates. "Esses são conceitos que estamos analisando e que talvez tenhamos que implementar no futuro próximo. Porque, obviamente, não podemos esperar um ano até que haja uma vacina"

O Exército americano não tem uma projeção de quantos dos seus membros podem ser infectados pelo novo vírus. A Casa Branca estima que entre 100 mil e 200 mil pessoas podem morrer de covid-19 nos Estados Unidos neste ano.

Para realizar o plano da “bolha de segurança”, o Departamento de Defesa precisará de uma grande quantidade de testes. McCarthy disse que o Exército possui uma quantidade "substancial" de testes, mas ainda está decidindo como eles serão distribuídos.

O secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, afirmou que as forças armadas não reduzirão as suas atividades em meio à pandemia. "Parece haver essa narrativa de que deveríamos parar toda atividade militar dos EUA e combater o problema dessa maneira. Isso não é factível", disse Esper na Casa Branca, quarta-feira. "Nossa missão é proteger os Estados Unidos da América e nossas pessoas. Tenho certeza que oficiais de comando e oficiais seniores estão tomando todas as precauções razoáveis para garantir que pratiquemos da melhor maneira o distanciamento social, sanitização de ambientes, etc, consistentes com essa missão".

Mais de 21.300 membros da Guarda Nacional estão trabalhando no combate ao coronavírus nos EUA, segundo o Pentágono. "Em Louisiana, por exemplo, 1.200 membros da Guarda Nacional ajudaram a entregar mais de 36 mil máscaras N-95, 1.2 milhões de luvas e 50 mil trajes de proteção", disse Esper.

O Departamento de Defesa dos EUA relatou, na sexta-feira, mais de 1.600 casos de infecção pelo novo coronavírus entre seus membros, incluindo militares, civis, dependentes e contratados. Desses, seis pessoas morreram pela doença e 98 se recuperaram.

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