As Forças Armadas do Egito realizaram uma reunião de emergência nesta quarta-feira (3), horas antes do prazo final para que o presidente do país, Mohammed Morsi, chegue a um acordo com a oposição - cedendo às exigências de milhões de manifestantes - ou enfrente uma intervenção militar.

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Mas com a aproximação do prazo, por volta das 16 horas (horário local, 11 horas em Brasília), Morsi mantinha uma postura desafiadora. Em discurso feito na noite de terça-feira (2), ele prometeu não deixar o cargo e defender sua legitimidade com a própria vida, após três dias de enormes protestos de rua, pedindo sua renúncia.

Durante a noite ocorreram violentos confrontos no Cairo e em outras partes do país, durante as quais 23 pessoas morreram, a maior parte vítima de um único acidente no campus da Universidade do Cairo. Com essas mortes, subiu para 39 o número de pessoas que perderam a vida desde domingo em episódios de violência envolvendo partidários e opositores de Morsi, que assumiu o cargo em junho do ano passado como o primeiro líder livremente eleito do país.

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Com seu destino político na balança, Morsi exigiu, em mensagem postada na noite de terça-feira em sua página oficial do Twitter que as Forças Armadas retirem o ultimato, afirmando que rejeita todas as "ordens" vindas tanto do interior do país quanto de fora.

Os militares disseram que nenhum acordo foi fechado entre Morsi e a oposição e que vai intervir para implementar seu projeto de reconciliação nacional.

Em seu discurso de 46 minutos, transmitido ao vivo para todo o país na noite de terça-feira, o presidente acusou pessoas ligadas ao seu autocrático antecessor, Hosni Mubarak, de explorar a onda de protestos para derrubar seu governo e impedir a democracia.

Partidários e opositores de Morsi saíram às ruas pelo quarto dia consecutivo nesta quarta-feira. Temendo que seu mais importante aliado árabe entre numa situação de caos, autoridades de Washington pediram a Morsi que tome medidas imediatas para atender às demandas da oposição e que as manifestações continuem pacíficas. Além disso, lembraram das consequências que um golpe militar pode ter sobre o grande pacote de ajuda militar norte-americana recebido pelo Egito. As fontes falaram em condição de anonimato.

O conselheiro de Morsi, Ayman Ali, negou que os Estados Unidos tenham pedido ao Egito que convoque eleições presidenciais antecipadas e declarou que as consultas têm como objetivo chegar a uma conciliação nacional para resolver a crise. Fonte: Associated Press.

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