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Crise no Mali

Exército francês ataca bases islamitas no norte do Mali

Novos ataques aéreos franceses bombardearam depósitos de combustível e bases de extremistas islâmicos no norte do Mali durante a noite, à medida que a intervenção militar francesa se afasta de cidades e se dirige para postos avançados dos radicais no deserto, que elevaram os temores sobre uma plataforma de lançamento subsaariana para o terrorismo internacional.

O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse à rádio France-Inter que os ataques atingiram a região de Kidal, perto da fronteira com a Argélia, pela segunda noite consecutiva. Os extremistas "não podem ficar lá por muito tempo a menos que eles tenham maneiras de obter novos suprimentos", afirmou.

Os aviões Mirage e Rafale franceses também atacaram campos de treinamento de extremistas, bem como depósitos de armas e combustíveis a partir do sábado à noite até as primeiras horas de domingo, no norte da cidade de Kidal e na região de Tessalit.

A França interveio no Mali em 11 de janeiro para conter o avanço de combatentes ligados à Al-Qaeda, que passaram a dominar grande parte do país africano e aplicar regras duras sobre a população.

Após expulsar os extremistas de cidades importantes, a França está agora tentando entregar o controle dessas cidades para as forças africanas de uma missão autorizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), composta por milhares de tropas de países vizinhos.

"Nós queremos ser rapidamente substituídos pelas forças africanas nas cidades que estamos controlando", disse Fabius. Perguntado se a França poderia sair da lendária cidade de Timbuktu e entregá-la às forças africanas até terça-feira, o ministro respondeu: "Sim, isso pode acontecer muito rápido. Estamos trabalhando nisso, porque a nossa intenção não é ficar por muito tempo."

Mas ainda é muito incerto se as forças africanas e o fraco exército malês estão prontos para ver a saída dos milhares de soldados franceses, aviões de combate e helicópteros e assumir a total responsabilidade, caso os extremistas islâmicos tentem retornar de seus esconderijos no deserto.

O Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU disse nesta segunda-feira em um comunicado que dois civis morreram em explosões de uma mina terrestre, ou por dispositivos explosivos improvisados, na rodovia no nordeste do Mali que liga às cidades de Kidal, Anefis e North Darane.

O comunicado foi o segundo sobre mortes provocadas por minas terrestres no nordeste do Mali na semana passada. O Exército malês afirmou que quatro soldados morreram na semana passada em uma explosão de uma mina no nordeste do país perto de Gossi. A França disse que duas outras minas terrestres foram encontradas nas proximidades, e que detonou uma delas hoje. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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