Moscou (EFE) Um porta-voz do Exército Mehdi, as milícias do líder radical xiita Moqtada al Sadr, disse ontem que as forças da "resistência" no Iraque lutarão até o fim contra a coalizão multinacional liderada pelos Estados Unidos. "Com ajuda das forças amantes da paz do mundo inteiro, libertaremos nosso país do jugo americano", disse o porta-voz do grupo, Abbas al-Rubai, em entrevista transmitida pelo canal de televisão russa NTV.
Al-Rubai disse que Moqtada al Sadr é "um adversário militar dos EUA, e não um terrorista", e que os integrantes do Exército Mehdi são "milícias populares" que personificam a resistência armada. "Somos milícias populares. Nossa coragem surpreendeu o comando dos EUA. Os soldados americanos eram enganados dizendo que seriam recebidos com flores no Iraque, mas nós acabamos com esse mito quando os tiramos do santuário de Najaf", disse.
Na reportagem que acompanhou a entrevista, a NTV afirmou que, segundo dados oficiais, as baixas americanas no Iraque já são de 1.660 militares, e que só em agosto 63 soldados morreram.
"Dificilmente uma célula da Al Qaeda poderia causar tantas baixas. Aqui operam forças que os iraquianos consideram um movimento de libertação nacional, no qual incluem o Exército Mehdi", disse o autor da reportagem em NTV. A transmissão das declarações do porta-voz das milícias de Al Sadr coloca lenha na luta verbal entre a Rússia e os EUA, pela difusão de entrevistas com líderes de forças radicais que Moscou e Washington consideram "terroristas".
O grande rabino da Rússia, Berle Lazar, criticou a entrevista emitida pela televisão pública russa com o líder do movimento islâmico Hamas, Mahmoud Zahar, a quem chamou de "terrorista" responsável por dezenas de atentados e pela morte de centenas de pessoas. "A transmissão de uma entrevista com o líder dos bandidos do Hamas não é só deplorável, mas chocante, nas vésperas do aniversário do massacre de Beslan, o crime mais horrível cometido por terroristas em território russo", disse o rabino.
Lazar criticou a política de "dois pesos e duas medidas" do Kremlin no momento de informar sobre a luta contra o terrorismo na Rússia e no resto do mundo. "Quando a rede de televisão americana ABC transmitiu uma entrevista com Shamil Basayev (comandante da guerrilha chechena) os dirigentes russos consideraram isso, com acerto, um golpe para o combate contra os terroristas", disse.
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