O Exército da Venezuela ocupou ontem os depósitos da maior cervejaria e distribuidora da bebida do país, a Polar, que mantém contratos com a Nestlé e a Pepsi. A Polar anunciou a paralisação de duas de suas seis fábricas alegando falta de matéria-prima, medida que coloca em risco o emprego de mais de mil funcionários.

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Um grupo de funcionários ocupou ontem um armazém que a companhia mantém com a Nestlé, o que levou à intervenção dos militares. Pelo menos 50 pessoas se concentravam em um depósito a oeste de Caracas, protestando em cima de uma torre d’água. As tropas do governo entraram no local e ordenaram a saída dos manifestantes.

De acordo com a Polar, duas fábricas não poderão funcionar por tempo indeterminado por não conseguirem importar matéria-prima. A paralisação afetará cerca de 25% da produção nacional de cerveja, segundo o sindicato venezuelano de fabricantes da bebida.

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Semanas atrás, a Polar foi alvo de uma greve em duas fábricas e em 16 pontos de distribuição, provocando um indício de escassez do produto. O episódio foi motivado por insatisfações de sindicatos próximos ao presidente Nicolás Maduro. Os sindicalistas alegaram que a companhia tenta “sabotar a economia” do país.

A cervejaria alega que o controle de câmbio e a redução da produção doméstica têm prejudicado a operação das fábricas. A Polar detém 75% do mercado local e também distribui bebidas como Pepsi e Gatorade, além de ter um setor de farináceos. Em disputas anteriores, o governo ameaçou nacionalizar a companhia. Maduro também já chamou o dono da empresa, Lorenzo Mendoza, de “pelucón” (termo que se refere às perucas usadas por aristocratas).