São Paulo - Milhares de egípcios voltaram à Praça Tahrir, palco de protestos em fevereiro que exigiram a saída do ditador Hosni Mubarak, para pressionar o governo militar que se instalou desde então. A manifestação evidencia a insatisfação com as decisões (ou a falta delas) do conselho formado por militares de alta patente, comandado pelo general Mohamed Hussein Tantawi, acusado de proteger Mubarak e seus familiares.
O protesto de ontem, de acordo com a televisão estatal, resultou em um morto e 71 feridos. Fontes do exército negaram a informação ao afirmar que a operação não resultou em mortos, já que não foram utilizadas armas para controlar os ânimos dos manifestantes. "Os militares são parte do regime corrupto. O governo é feito de comandantes das Forças Armadas que beneficiaram Mubarak e seus 30 anos de roubo do povo egípcio, afirmou o manifestante Abdullah Ahmed, 45.
Como Tantawi esteve no poder no governo de Mubarak por mais de duas décadas, os egípcios pedem sua saída imediata, como forma de demonstrar que os militares não possuem relação com a ditadura derrubada. Por ter laços estreitos com o regime, justificam, o atual ministro da Defesa e chefe do conselho está, principalmente, favorecendo Mubarak e seu filho Gamal.
Resort
Para os manifestantes, o governo demonstra comportamento brando em relação a Mubarak, preso em regime domiciliar em um resort, a seu filho, que ainda não foi levado ao tribunal, e aos chamados aliados do regime, alguns deles ainda no poder.
Os militares negam as acusações e dizem que essas manifestações estão sendo feitas por ex-oficiais interessados em frustrar a revolução.