Fragilizada desde sábado (17) quando ataques da coalizão liderada pelos Estados Unidos mataram ao menos 90 militares, a trégua na Síria caiu por terra nesta segunda-feira (19), exatamente uma semana depois de começar e proporcionar uma tranquilidade rara aos moradores do país. O anúncio foi feito pelas Forças Armadas sírias, que acusaram os grupos rebeldes de não ter respeitado o fim das hostilidades.
“O exército sírio anuncia o fim da suspensão dos combates, que começou às 19h local (13h de Brasília) de 12 de setembro de 2016 em virtude do acordo russo-americano”, indicou um comunicado citado pela agência Sana, que acrescenta que os grupos rebeldes “não respeitaram nenhuma das disposições do acordo”.
Mais cedo, o presidente do país, Bashar al-Assad, já havia classificado o ataque mortal da coalizão liderada pelos EUA contra suas forças em Deir Ezzor (leste da Síria) durante o fim de semana como uma “agressão flagrante americana”.
“Cada vez que o Estado sírio avança em terra no processo de reconciliação nacional, os Estados que nos são hostis aumentam seu apoio às organizações terroristas. O último exemplo é a agressão flagrante americana a uma posição do exército sírio em Deir Ezzor, em benefício do grupo terrorista Daesh (acrônimo em árabe do grupo extremista Estado Islâmico)”, destacou.
Antes do anúncio, a Rússia - que apoia o regime de Bashar al-Assad - havia comentado que o cessar-fogo não tinha mais sentido, uma vez que a outra parte não estava cumprindo com o que havia sido acordado.
“Considerando que as condições do cessar-fogo não estão sendo respeitadas pelos rebeldes, consideramos que não faz sentido para as forças do governo russo respeitá-lo de forma unilateral”, disse o general do exército russo Serguei Rudskoi.
Por outro lado, os bairros rebeldes de Aleppo, uma das cidades mais importantes do conflito, na região Norte da Síria, foram atingidos no domingo por ataques aéreos.
Rússia e Estados Unidos trocam acusações sobre a culpa pelo fato da ajuda humanitária não chegar a Aleppo, onde os moradores são vítimas de um cerco. Os russos acusam os rebeldes e os americanos o regime de Bashar al-Assad de não querer retroceder na estrada estratégica de Castello, por onde devem passar os caminhões com mantimentos e remédios da ONU.
A guerra na Síria, que começou em 2011, deixou mais de 300.000 mortos e forçou o exílio de milhões de pessoas.
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