Cenário de destruição no bairro Salaheddine, principal bastião rebelde na cidade de Aleppo, onde forças do governo sírio e rebeldes travam batalha considerada decisiva| Foto: Goran Tomasevic/Reuters

Intermediação

Irã confirma presença de 12 países em reunião sobre conflito

O ministro de Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, confirmou ontem a presença de pelo menos 12 países na reunião convocada por Teerã sobre a crise na Síria, marcada para hoje.

"Nosso principal argumento é a condenação da violência e a celebração de um diálogo nacional", disse Salehi sobre os motivos da reunião.

Mais cedo, o presidente Mahmoud Ahmadinejad afirmou que o encontro é uma boa ocasião para tentar solucionar os problemas na Síria, junto com a cúpula da Organização da Cooperação Islâmica em Meca, na Arábia Saudita, na semana que vem.

Além dos 12, outros países foram chamados e recusaram o convite, entre eles o Brasil. Oficialmente, o Itamaraty disse apenas que "não está prevista" a participação brasileira.

A expectativa, no entanto, é que o Brasil não participe da discussão, já que também não esteve presente na reunião do grupo de Amigos da Síria (pró-oposição) em Paris, em 6 de julho. O Itamaraty tem privilegiado as discussões multilaterais na ONU.

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Tropas do Exército da Síria lançaram uma ampla ofensiva terrestre contra áreas controladas por rebeldes na cidade sitiada de Aleppo. A batalha na cidade mais populosa da Síria já dura mais de duas semanas.

Pelo menos 3.500 pessoas cruzaram a fronteira para a Turquia desde a madrugada de terça-feira, informou a agência estatal de notícias da Turquia, a Anatólia. A fuga em massa elevou para mais de 50 mil o número de refugiados sírios apenas no território turco. Um número maior já fugiu para o Líbano e a Jordânia desde março do ano passado.

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"Infelizmente, existe uma­­­­ tragédia humana ocorren­­do na Síria", afirmou ontem o vice-primeiro-ministro da Turquia, Ali Babacan.

A agência de notícias oficial do governo sírio, SANA, alega que as forças do regime do presidente Bashar Assad retomaram o controle do bairro de Salaheddine, principal bastião rebelde na cidade. De acordo com a SANA, os militares infligiram perdas pesadas nos "grupos terroristas armados" (como o governo chama os rebeldes).

Rami Abdul-Rahman, diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseado em Londres, afirmou que as tropas encontraram resistência durante o ataque em Aleppo. Os rebeldes do Exército Livre Sírio também negam as afirmações do governo. O coronel Abdel Jabbar al-Oqaidi disse que "não é verdade que o Exército do regime assumiu o controle de Salaheddine".

Aleppo possui grande im­­portância estratégica e sim­­bólica. Cerca de 50 quilô­­metros distante da frontei­­ra com a Turquia, tem sido um pilar de apoio ao regime durante a revolta. Mas uma vitória dos rebeldes per­­mitiria acesso mais fácil­­ a armas e combatentes da Tur­­quia, base de apoio dos oposicionistas.