Homens carregam uma mulher ferida após ataque de forças leais ao presidente da Síria, Bashar al-Assad em Aleppo| Foto: Rami Zayat / Reuters

As forças de segurança do governo sírio avançam em direção a Aleppo nesta terça-feira (12) com o objetivo de cercar a cidade, controlada pelos rebeldes, no que seria o maior ataque dos três anos do levante. A retomada de Aleppo, maior cidade síria, também poderia abastecer o grupo de militantes iraquiano Estado Islâmico com rebeldes derrotados que resolvessem se unir a eles.

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Os comandantes rebeldes em Aleppo afirmam que o grupo começou a estocar bens na medida em que organizações voluntárias enviam alimentos, em uma tentativa de evitar a repetição da crise de fome que forçou-os a se renderem na cidade de Homs, em maio. A perda do controle de Homs, chamada de capital da revolução, foi um tremendo golpe para os insurgentes. Se eles perderem também a posse de Aleppo, a revolta contra o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, poderá se dispersar, alertam comandantes do grupo.

As forças do regime de Assad já cercam a maior parte de Aleppo e tentam bloquear o ponto de acesso dos rebeldes, no noroeste da cidade. Enquanto isso, jihadistas do Estado Islâmico (antigo Estado Islâmico do Iraque e do Levante) se aproximam pelo norte e forçam os rebeldes a se retirarem dos arredores da cidade.

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"Olhando para os próximos seis meses ou um ano, o impacto final da perda de Aleppo seria o definhamento da principal corrente da oposição", explica o analista do International Crisis Group, Noah Bonsey. "Alguns rebeldes podem até desistir e tentarem ajustar-se ao regime, ou mesmo se unirem à única força de luta que sobrou, o Estado Islâmico."

O regime de Assad e as forças do Estado Islâmico têm entrado em conflitos pelo controle de territórios e recursos, apesar desses combates serem relativamente raros. Analistas do Ocidente acreditam que o governo sírio pode estar evitando confrontos com o grupo para que os extremistas continuem a enfraquecer os rebeldes. Se vencer o combate em Aleppo, a Síria terá sua atenção toda voltada para os jihadistas.

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