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Violência

Exército sudanês bombardeia sede do governo na província do Nilo Azul

O Exército sudanês bombardeou a sede do governador da província do Nilo Azul (leste), revelou o chefe do Movimento Popular para a libertação do Sudão Norte (MPLS-N), Malik Aqar, nesta sexta-feira ele próprio à agência Efe.

Aqar, governador desde abril de 2010 e chefe do MPLS-N desde a independência do Sudão do Sul, no mês de julho, explicou que sua sede foi atacada na noite de quarta-feira, justamente depois que as forças armadas sudanesas interceptaram alguns militantes do movimento na saída de Ad-Damazin, capital do Nilo Azul.

"Nossas forças não começaram o ataque, mas reagiram para se defender", assinalou Aqar, afirmando que ainda estão tentado obter informações sobre as vítimas desta agressão.

O MPLS/Setor Norte é a facção no Sudão do MPLS, que lutou pela independência do Sudão do Sul durante duas décadas e atualmente governa o novo país que nasceu em julho.

Aqar não descartou que os conflitos entre o Exército sudanês e os militantes do MPLS-N possam gerar uma guerra civil na província.

O temor é que conflito possa repetir no Nilo Azul uma situação parecida com a dos combates registrados na província de Cordofão do Sul desde o início de junho, apesar de várias tentativas fracassadas de cessar-fogo.

Em 15 de agosto, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos denunciou que durante os combates de junho houve muitos crimes contra a humanidade nesta região rica em petróleo, fronteira com a República do Sudão do Sul.

Mais de 2 milhões de pessoas morreram na guerra entre o norte e o sul do Sudão, que começou em 1983, quando o regime de Cartum impôs a lei islâmica em todo o país, e os rebeldes sulinos, de maioria cristã, partiram para luta armada.

O conflito acabou com a assinatura de um acordo de paz definitivo em 9 de janeiro de 2005, que incluía a formação de um Governo autônomo transitório e a realização de um plebiscito após seis anos, o que finalmente aprovou em janeiro deste ano a separação do Sul.

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