O chefe da junta militar que assumiu o governo na Tailândia, o general Prayuth Chon-ocha, defendeu nesta sexta-feira (30) o golpe de Estado e adiantou que as eleições previstas deverão ser realizadas em 15 meses.
Em mensagem televisionada à nação, Prayuth anunciou que formará um governo interino em outubro e que a realização das eleições dependerá da reconciliação das forças políticas tailandesas.
O militar pediu paciência à comunidade internacional enquanto a junta militar reforma o sistema político para as próximas eleições.
Prayuth defendeu as medidas adotadas desde que assumiu o poder, tais como a censura, as detenções, a proibição de manifestações e o toque de recolher, e apontou que as mesmas se mostravam necessárias para separar os envolvidos na crise e frear o círculo de violência.
O general assegurou que nenhuma das 270 pessoas convocadas pela junta militar - inclusive políticos e oposicionistas - para prestar depoimento permaneceu mais de sete dias detida. Ele garantiu que não houve nenhum tipo de tortura, intimidação ou qualquer outra violação dos direitos humanos.
A Tailândia vive uma crise política desde o golpe militar que derrubou Thaksin Shinawatra em 2006, irmão da ex-premiê Yingluck. Os protestos contra Yingluck começaram há sete meses, período que registrou 28 mortes.
Divisão
A monarquia da Tailândia, cujo rei é Bhumibol Adulyadej, 86 anos, é dividida politicamente entre os chamados "vermelhos" - seguidores de Yingluck e seu irmão, Thaksin - e os "amarelos", a oposição.
Thaksin também foi premiê, mas foi derrubado por um golpe de Estado em 2006. Ele é considerado um populista, criador do movimento dos "Camisas Vermelhas", forte entre a população rural do norte e nordeste do país. Seu partido ganhou todas as eleições no país desde 2001.
Os militares já deram 12 golpes de Estado bem-sucedidos na Tailândia (além de outros fracassados) desde o fim da fase absolutista da monarquia, em 1932.
O chefe da junta militar recebeu na segunda-feira (26) a aprovação do rei.
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