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NOVA ORLEANS, Louisiana, EUA - A sexta-feira amanheceu sem lei em Nova Orleans, a cidade mais afetada pelo furacão Katrina. Atiradores da polícia estão posicionados em telhados de suas jurisdições, tentando protegê-las da ação de gangues armadas que perambulam pela região inundada fazendo saques e agredindo a população. Para responder a essa situação incontrolável, o governo dos EUA decidiu enviar o Exército para a cidade histórica.

A cena surreal acontece em meio ao caos, acompanhada de outras incríveis cenas de desespero daqueles que vagam pela cidade há mais de três depois que o furacão lhes tirou tudo o que tinham, provocando mortes e grande destruição.

Em tom ameaçador, a governadora da Louisiana, Kathleen Blanco, advertiu os saqueadores: "Os soldados sabem como atirar e matar".

- Esses soldados têm (metralhadoras) M-16 carregadas - disse a governadora. - Essas tropas sabem como atirar e matar e acredito que farão isso - acrescentou.

Pessoas gravemente doentes aventuram-se pelas ruas alagadas em cadeiras de rodas para procurar ajuda, em meio a corpos em decomposição e tiros disparados contra soldados e equipes de resgate.

Autoridades declararam que o total de mortos certamente ficará em centenas e, provavelmente, em milhares, mas que ainda precisarão de mais tempo para determinar a cifra com precisão.

- Chame isso de bíblico, chame de apocalíptico, o que você quiser - afirmou Robert Lewis, de 46 anos, resgatado após sua casa ser invadida pelas enchentes. Ele foi levado para um abrigo e depois transferido para a cidade de Houston, no Texas. - Havia corpos boiando em frente à minha porta. Nunca vi nada assim - acrescentou, exausto.

O Pentágono declarou que 4.200 soldados extras da Guarda Nacional serão mobilizados nos próximos três dias e que 3.000 soldados do Exército também poderão ser enviados para combater as gangues armadas que se espalharam por Nova Orleans.

Com esses reforços, quase 50 mil militares serão usados na maior operação de ajuda doméstica e segurança na História dos EUA.

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