Forças de segurança paquistanesas tomaram nesta quarta-feira (11) as últimas áreas de uma mesquita e um complexo de ensino onde, na véspera, uma operação matou um clérigo rebelde, mais de 50 combatentes islâmicos e oito soldados.
Ainda há muitas dúvidas sobre a ação, incluindo o número final de mortos e se mulheres e crianças acabaram sendo mortos na Mesquita Vermelha, em Islamabad.
"As partes que restavam do complexo estão sendo liberadas", disse o porta-voz militar major-general Waheed Arshad.
Segundo ele, não há relatos de mulheres e crianças entre os mortos. O clérigo radical Abdul Rashid Ghazi morreu em meio a um fogo cruzado na noite de terça-feira.
Três militantes foram mortos em troca de tiros durante a madrugada, mas não há informações sobre mais confrontos, disse Arshad.
Um número alto de vítimas, especialmente entre mulheres e crianças que eram estudantes religiosos da escola, seria má notícia para o presidente Pervez Musharraf, que enfrenta a pior fase de seus oito anos de poder.
Apoio dos EUA
O governo dos Estados Unidos apoiou a decisão do governo do Paquistão de invadir a Mesquita Vermelha em Islamabad, onde radicais armados que seriam ligados à al-Qaeda continuam entrincheirados com centenas de reféns.
O porta-voz do Departamento de Estado, Tom Casey, afirmou que os militantes tinham sido advertidos muitas vezes antes que o Exército paquistanês tomaria o controle da mesquita após fracassar uma última tentativa de negociação com o líder dos radicais, o sacerdote Rasheed Ghazi.
"O governo do Paquistão agiu de maneira responsável", disse Casey. "Todos os governos têm a responsabilidade de preservar a ordem".
Já o porta-voz da Casa Blanca Scott Stanzel disse que esse era um "assunto interno" do governo paquistanês. "O que está claro é que em lugares de todo o mundo a ameaça dos extremistas é real", comentou.
No ataque, que durou quase 16 horas, Ghazi foi morto. Mas o Exército paquistanês não conseguiu acabar com a resistência armada.
Vários fundamentalistas continuam nos porões do prédio, com um "bom número" de mulheres e crianças, montando uma "desesperada" defesa de suas posições.