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A Organização dos Estados Americanos (OEA) advertiu nesta quinta-feira (29) que a emigração venezuelana pode chegar a sete milhões de pessoas até o fim de 2021 ou o início de 2022, superando o êxodo da Síria, considerado o maior do mundo, com 6,7 milhões de refugiados que saíram do país.
Segundo um relatório divulgado pelo Grupo de Trabalho da OEA para a Crise de Migrantes e Refugiados Venezuelanos, "se não houver uma solução política, econômica e social no curto prazo, a estimativa é que poderá haver mais refugiados venezuelanos do que sírios.
O documento detalha que, apesar das restrições de mobilidade impostas durante a pandemia de Covid-19, "o número de migrantes e refugiados venezuelanos continua crescendo".
Antes da pandemia, cinco mil venezuelanos fugiam diariamente do país, mas o impacto da Covid-19 motivou mais de 150 mil a retornarem aos locais de origem.
Entretanto, o estudo adverte que, de setembro de 2020 até o momento, cerca de 700 a 900 venezuelanos "fogem diariamente por vias irregulares: rotas marítimas ou trilhas perigosas".
Fugindo da ditadura
De acordo com a investigação, os venezuelanos fogem diariamente por cinco razões principais: emergência humanitária complexa, violações dos direitos humanos, violência generalizada, colapso dos serviços públicos e colapso econômico.
Por países, a Colômbia é o principal destino desses migrantes, com mais de 1,7 milhão de pessoas no seu território, seguida por Peru (1,05 milhão), Estados Unidos (465 mil), Chile (457 mil) e Equador (431 mil).
O coordenador desse grupo de trabalho, David Smolansky, também venezuelano, afirmou em declaração que esta "é a maior crise de exilados da história da região", e assegurou que existem atualmente mais de 5,6 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos.
Este número equivale a mais de 18% da população venezuelana, diz o relatório. Os sete milhões de migrantes e refugiados podem ser alcançados "se as fronteiras forem reabertas e a crise no país sul-americano se aprofundar", diz o comunicado.