A ONU afirmou nesta sexta-feira (14) que o número de venezuelanos fugindo da crise econômica e humanitária no país deve chegar a 5,3 milhões até o fim de 2019, tornando-se o maior êxodo na história moderna latino-americana.
Cerca de metade dos venezuelanos deve permanecer na Colômbia, enquanto outros devem rumar para o Equador, o Peru e o Cone Sul.
Cerca de 5 mil venezuelanos fogem do país diariamente - contra um pico de 13 mil fugas diárias em agosto -, segundo Eduardo Stein, representante especial do Alto Comissariado das Nações Unidas (Acnur) e da Organização Internacional para Migração (OIM).
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"A região terá de responder a uma emergência que em algumas áreas foi quase semelhante a um grande terremoto. Estamos realmente enfrentando um terremoto humanitário", afirmou.
O Acnur estima que 3,3 milhões de pessoas tenham deixado a Venezuela desde 2015. Desse total, 365 mil buscaram refúgio.
"As razões pelas quais essas pessoas fugiram vão desde fome até violência e falta de segurança. Nós no Acnur acreditamos que muitos têm motivos válidos para buscar proteção internacional", afirmou o chefe do Acnur, Filippo Grandi.
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O Acnur afirmou que organizações humanitárias vão precisar de US$ 738 milhões (R$ 2,8 bilhões) para fornecer aos imigrantes serviços básicos como alimentação e abrigo emergencial.
O plano tem como meta ajudar venezuelanos a se tornarem produtivos nos países receptores, disse Antonio Vitorio, diretor-geral da OIM.
"Isso significa focar no acesso ao mercado de trabalho, no reconhecimento das qualificações e também na garantia de serviços sociais nesses países, especialmente moradia, saúde e educação", afirmou.
Em reunião recente no Equador, países da região se comprometeram a formular uma resposta conjunta à crise imigratória, estabelecendo um processo mais simples para que os imigrantes possam regularizar seu status.
Um grupo bipartidário de senadores americanos propôs na quinta-feira (13) dar status de proteção temporária a imigrantes venezuelanos que cheguem aos EUA.
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, diz que a crise econômica do país é provocada pelas sanções americanas e por uma "guerra econômica" liderada por seus adversários políticos.