Os líderes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) alertaram nesta segunda-feira (14) para a crescente ameaça militar que a China representa. Segundo a organização, o gigante asiático vem expandindo seu arsenal nuclear e não é transparente em relação aos seus esforços de modernização militar.
O chefe da aliança, Jens Stoltenberg, salientou que a China está "chegando perto" da Otan em termos tecnológicos e militares, além de estar cooperando com a Rússia.
Apesar das declarações, ele disse que uma nova Guerra Fria contra a China não é do interesse da Otan.
"Exortamos a China a cumprir seus compromissos internacionais e a atuar com responsabilidade no sistema internacional, incluindo nos domínios espacial, cibernético e marítimo, de acordo com seu papel de grande potência", declararam os líderes da Otan nas conclusões conjuntas da cúpula realizada nesta segunda-feira em Bruxelas.
No texto, os dirigentes destacam a "crescente influência e política internacional da China", que "podem apresentar desafios" que a Otan deve enfrentar em conjunto "na defesa da sua segurança e interesses".
"As ambições declaradas e o comportamento assertivo da China apresentam desafios sistêmicos à ordem internacional baseada em regras e outras áreas relevantes para a segurança da Aliança. Estamos preocupados com políticas coercitivas que contrastam com os valores fundamentais que o Tratado de Washington preserva", advertiram.
Arsenal nuclear
A Otan também alertou para a rápida expansão do arsenal nuclear de Pequim "com mais ogivas e um maior número de sistemas sofisticados para estabelecer uma tríade nuclear", ou seja, a divisão do arsenal atômico de um país em mísseis terrestres, projéteis carregados por bombardeiros estratégicos e os transportados por submarinos nucleares.
O Sipri (Stockholm International Peace Research Institute) estima que a China tenha 350 ogivas nucleares, 15 vezes menos que o arsenal dos Estados Unidos. Porém, "a China está passando por uma significativa modernização e expansão de seu estoque de armas nucleares", informou o instituto de pesquisa.
Segundo enfatizaram, a China é "pouco transparente na implementação de sua modernização militar e sua estratégia de fusão civil-militar declarada publicamente" e, além disso, "coopera militarmente com a Rússia, inclusive por meio da participação em exercícios russos na área euro-atlântica".
"Continuamos preocupados com a habitual falta de transparência e com o uso de desinformação por parte da China",
disseram os líderes da Otan.
Cooperação
Por outro lado, a Otan diz acolher positivamente "oportunidades para interagir" com a China "em áreas de relevância para a Aliança e em desafios comuns, como as alterações climáticas" e para manter um diálogo construtivo com Pequim "sempre que possível", uma vez que enxergam valor nas "trocas de informação sobre as respectivas políticas e atividades para discutir potenciais desacordos".
"Os aliados exortam à China que assuma um compromisso significativo com o diálogo, a construção da confiança e as medidas de transparência em torno das suas capacidades e doutrina nucleares. A transparência e a compreensão mútuas beneficiariam tanto a Otan como a China", concluem os aliados no texto.
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