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Novas imagens de satélite revelam que a China está construindo seu segundo complexo de silos de mísseis nucleares, informou a Federação de Cientistas Americanos (FAS, na sigla em inglês) nesta semana. A construção na cidade de Hami, em Xinjiang, começou em março de 2021 e abrange uma área de 800 quilômetros quadrados. Os pesquisadores acreditam que o local terá aproximadamente 110 silos para armazenamento de armas nucleares.
A construção segue o mesmo padrão da encontrada em Yumen, na província de Gansu, após análise de imagens de satélite feita por pesquisadores do Centro James Martin para Estudos de Não Proliferação (CNS, na sigla em inglês) no começo de julho.
"A construção dos silos em Yumen e Hami constitui a expansão mais significativa do arsenal nuclear chinês de todos os tempos", diz a FAS, lembrando que a China opera há décadas cerca de 20 silos para mísseis balísticos intercontinentais DF-5.
"Com 120 silos em construção em Yumen, outros 110 silos em Hami, uma dúzia de silos em Jilantai [Mongólia Interior] e possivelmente mais silos sendo adicionados nas áreas em que os DF-5 já estão implementados, a Força de Foguetes do Exército de Libertação do Povo (PLARF) parece ter aproximadamente 250 silos sob construção – mais de dez vezes o número de silos ICBM em operação hoje", destacaram os pesquisadores.
Eles afirmaram também que a construção destas instalações é a maior desde a época da Guerra Fria.
Não está claro como a China vai operar os novos silos: se vai carregar todos eles com mísseis ou se uma parte ficará vazia. Apesar disso, a federação americana acredita que a construção representa um aumento significativo do arsenal chinês, que inclui atualmente, segundo estimativa da organização, cerca de 350 ogivas nucleares.