Bombas mataram nove pessoas em Bagdá e atiradores mataram cinco açougueiros em Mosul no sábado, enquanto o presidente americano, George W. Bush, alertava que a morte do líder da Al-Qaeda no Iraque não era suficiente para por fim à violência no país. Bush disse que as forças americanas e iraquianas vão tentar se capitalizar da morte de Abu Musab al-Zarqawi, reprimindo os rebeldes que tentam se reagrupar depois da perda de seu líder, responsabilizado pela maior onda de violência no Iraque desde a invasão dos EUA em 2003.
Duas bombas separadas deixaram ao menos nove mortos em Bagdá e feriram mais de 40 pessoas, depois de um dia de toque de recolher imposto pelo governo na sexta-feira devido ao medo de represália pela morte do líder da al Qaeda no país. Uma das bombas, na beira da estrada, matou três pessoas. Poucas horas depois, um carro-bomba explodiu deixando seis mortos e ferindo 18 pessoas, incluindo três policiais.
Na cidade de Mosul, ao norte do país, atiradores mataram cinco açougueiros em suas lojas, disseram fontes da polícia. Não estava claro porque os açougueiros foram mortos, mas muitos civis iraquianos têm sido alvo da violência.
Zarqawi
No sábado, os militares americanos levaram repórteres ao local onde Zarqawi foi morto, na vila de Hibhib. Olhando os escombros da casa onde o homem mais procurado do país planejava mais atentados suicidas a bomba, um soldado iraquiano disse que sentia uma grande alívio.
Zarqawi, muçulmano sunita jordaniano com recompensa de US$ 25 milhões por sua cabeça, é considerado o culpado pela série de ataques à maioria xiita do Iraque que provocou uma onda de retaliações, deixando o país à beira de uma guerra civil.
Na mais recente de uma série de descobertas, a polícia da província de Diyala --onde Zarqawi foi morto-- disse ter encontrado as cabeças de dois irmãos sunitas na pequena cidade de Khan Bani Saad. Eles haviam sido sequestrados no trabalho há uma semana, segundo fontes da polícia.
Os escombros da casa de Zarqawi em Hibhib indicam que ele e seus companheiros - que, segundo militares iraquianos, incluíam duas mulheres e uma menina de 8 anos - viviam com poucos luxos.
No local isolado, rodeado de palmeiras, a cerca de 70 km de Bagdá, dois colchões finos de espuma estavam em meio ao concreto e metal destruídos.
Um folheto identificava uma estação de rádio em Latifiya como um possível alvo. Também havia um vestido de noite como estampa de leopardo em meio aos destroços.
Segundo os militares americanos, o ataque aéreo de quarta-feira matou seis pessoas, três homens e três mulheres, e Zarqawi ainda estava vivo, apesar de mortalmente ferido, quando soldados dos EUA chegaram ao local. Ele morreu pouco depois.
Os militares afirmaram ainda que o corpo de Zarqawi está num "local seguro" e dois médicos militares dos EUA foram trazidos do Iraque para realizar a autópsia.
- A autópsia está sendo realizada enquanto conversamos e deverá ter terminado no início da noite. O resultado será divulgado na segunda-feira - disse o major-general William Caldwell, porta-voz militar dos EUA no Iraque.
Para acabar com as especulações de que a morte de Zarqawi abriria caminho para a redução das tropas norte-americanas no Iraque, o presidente dos EUA, George W. Bush, disse que o fim de Zarqawi não acabará com a guerra ou a violência, mas "ajudará muito".