Atualizado em 28/09/2006 às 20h
Três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em uma explosão ocorrida na cidade mediterrânea de Antalya, Turquia, na segunda-feira, menos de 24 horas depois de quatro bombas terem explodido em outros pontos do país, disseram testemunhas e meios de comunicação.
Moradores e testemunhas contaram à Reuters que ouviram uma grande explosão responsável por quebrar janelas e provocar um incêndio em uma área comercial do centro da cidade, um dos pontos turísticos mais procurados do país.
- Vi dois turistas feridos e um corpo queimado de um homem morto que era vendedor - disse a jornalista Riza Ozel, que está em férias.
Autoridades de três hospitais públicos contaram à Reuters que receberam um total de 38 pessoas feridas.
A agência de notícias Anatolian, de propriedade do governo, disse que uma rua próxima havia sido fechada para o tráfego depois de uma mala suspeita ter sido achada ali. Um esquadrão antibomba estava a caminho do local.
A explosão em Antalya aconteceu menos de 24 horas depois de três bombas terem sido detonadas dentro de um intervalo de 15 minutos em Marmaris, uma região turística da costa da Turquia, ferindo 21 pessoas.
No mesmo dia, um outro artefato explosivo feriu seis pessoas em Istambul. Os dois ataques deixou um total de 27 feridos, incluindo 10 britânicos.
O grupo Falcões da Libertação do Curdistão assumiu os ataques de domingo em Marmaris e Istambul em seu site na segunda-feira.
Esse grupo tem ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que foi banido e há mais de 20 anos luta pela criação de um Estado curdo no sudeste da Turquia. Não foi possível confirmar imediatamente a autenticidade do comunicado.
- Quem fez isso? O que eles querem dessas pessoas? - perguntou Suzanne Bedford a uma autoridade. Os dois netos dela recebiam tratamento no hospital Ahu Hetman, em Marmaris.
Antalya e Marmaris são pontos turísticos bastante procurados por moradores do oeste da Europa e por russos. Um grande número de turcos também freqüenta a região.
Prevê-se que cerca de 1,8 milhão de britânicos visitem a Turquia neste ano.
Moradores da região costeira preocupam-se com a possibilidade de que o setor turístico, um motor importante da economia turca, esfrie. As explosões ocorridas nesta semana são apenas as mais recentes de uma série que atingiu a Turquia no último ano.
- As pessoas que detonaram essas bombas nos lembraram sobre como estamos vulneráveis a essa escória do terrorismo e sobre a necessidade de que nossos governos cooperem para derrotá-la - disse, em Marmaris, Peter Westmacott, embaixador britânico.
EM BUSCA DOS CULPADOS
- Com o empenho de nossas forças de segurança, vamos capturar os responsáveis pelas explosões assim que for possível e vamos levá-los a julgamento - afirmou Temel Kocaklar, governador da Província de Mugla, onde ficam as cidades afetadas.
As medidas de segurança foram intensificadas ao longo da costa turca, que continua cheia de turistas.
- Essas explosões não foram dirigidas diretamente contra os turistas britânicos. Muitos turcos ficaram feridos também - afirmou Cemalettin Ozdemir, uma autoridade de Marmaris.
Separatistas curdos, esquerdistas e militantes islâmicos já realizaram atentados a bomba na Turquia.
Na sexta-feira passada, duas bombas explodiram na cidade turca de Adana, ao norte, ferindo quatro pessoas.
O PKK lançou sua campanha em defesa do separatismo em 1984. A Turquia, como os EUA e a União Européia, considera esse um grupo terrorista e o culpa pela morte de mais de 30 mil pessoas.