Um ataque suicida no bairro turístico de Sultanahmet, em Istambul, deixou dez mortos e 15 feridos na manhã desta terça-feira (12), de acordo com o governo local.
Uma forte explosão pôde ser ouvida em vários bairros da cidade pouco depois das 10h locais (6h em Brasília). A polícia isolou a área para evitar que uma possível segunda explosão deixasse mais feridos.
Entenda por que a Turquia é um alvo constante de ataques violentos
Leia a matéria completaO presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que um homem-bomba de nacionalidade síria estaria por trás da explosão.Posteriormente, o vice-premiê turco, Numan Kurtulmus, afirmou que o terrorista suicida tinha 28 anos. Segundo Kurtulmus, a maioria das vítimas é estrangeira. Ainda não está claro se o número de mortos inclui o homem-bomba.
Segundo a Dogan, agência de notícias turca, dentre os feridos há ao menos oito estrangeiros, sendo seis alemães, um norueguês e um peruano. A Chancelaria da Coreia do Sul disse a jornalistas por mensagem de texto que um cidadão do país teve um ferimento no dedo.
Após a explosão, a Alemanha publicou no site de sua Chancelaria um comunicado orientando os cidadãos do país que estão em Istambul a evitar multidões e atrações turísticas, dizendo que mais confrontos violentos e “ataques terroristas” podem acontecer na Turquia.
O Consulado-Geral do Brasil em Istambul orientou cidadãos brasileiros a “evitar a região de Sultanahmet” e disponibilizou um telefone de contato para casos de emergência. O número é +90 554 834 5952.
Duas altas autoridades de segurança da Turquia disseram em condição de anonimato à agência de notícias Reuters que há uma grande probabilidade de que militantes da facção radical Estado Islâmico (EI) estejam por trás da explosão desta terça-feira.
Sultanahmet é a região de alguns dos principais cartões postais de Istambul, como a basílica de Santa Sofia e a Mesquita Azul. Após a explosão, a União Europeia (UE) disse apoiar a Turquia no combate a “todas as formas de terrorismo”.
A chanceler da UE, Federica Mopgherini, disse nesta terça-feira que tanto o bloco quanto a Turquia “devem aumentar seus esforços para conter a violência extremista” e ressaltou que esse foi um tema prioritário da cúpula entre a UE e a Turquia, realizada em novembro, em Bruxelas.
Erdem Koroglu, que trabalhava na região no momento da explosão, disse ao canal NTV ter visto várias pessoas caídas no chão. “Era difícil dizer quem estava vivo ou morto”, disse Koroglu. “Prédios balançaram com a força da explosão.”
Histórico de ataques
A Turquia, aliada do Ocidente no Oriente Médio, foi alvo de dois grandes atentados no ano passado.
Um atentado do EI em Suruç, perto da fronteira com a Síria, em julho, deixou ao menos 30 mortos.
Em outubro, duas grandes explosões mataram mais de cem pessoas durante uma manifestação no centro da capital, Ancara, no maior atentado da história do país.
Em 2015, também cresceu a tensão entre as forças do governo turco e milícias separatistas curdas.
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