Beirute - Uma explosão matou ontem Kamal Madhat, líder do Fatah no Líbano, e três de seus guarda-costas. O ataque ocorreu enquanto o grupo deixava um campo de refugiados palestinos, no sul do país, segundo funcionários do setor de segurança libaneses e palestinos.
A explosão de uma bomba instalada à margem de uma rodovia atingiu dois carros um deles levava Kamal Madhat enquanto os representantes do Fatah deixavam o campo Mieh Mieh, perto da cidade portuária de Sidon, no sul libanês. Um quarto guarda-costas ficou ferido.
A violência da explosão abriu uma cratera de cinco metros de largura. Testemunhas disseram que pedaços de carne humana foram encontrados próximos ao local da explosão.
O campo Mieh Mieh e o campo Ein el-Hilweh, próximos um do outro, são em grande parte controlados pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, membro do partido laico Fatah. Madhat era um assessor militar, político e de segurança para o representante palestino no Líbano, Abbas Zaki, por sua vez próximo a Abbas.
Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque. Não estava claro se Zaki poderia ser o alvo, já que ele deixara o campo algumas horas antes. Madhat fez a visita para oferecer suas condolências à família de dois membros do Fatah, mortos no sábado em uma troca de tiros em uma disputa pessoal no campo.
Madhat, de 55 anos, tinha inimigos dentro e fora do Fatah. Em sua maioria, seus oponentes eram membros de grupos extremistas islâmicos, contrários às negociações de paz com Israel, comandadas por Abbas.
O sultão Abul-Einen, alto comandante do Fatah no Líbano, qualificou a morte como uma "tragédia". Ele advertiu em uma entrevista à televisão que o ataque pode gerar um "ciclo" de novas investidas contra membros do Fatah no país.
Osama Hamdan, representante no Líbano do grupo rival Hamas, condenou o assassinato como "um crime desprezível". Segundo Hamdan, Madhat teve "um importante papel" nos esforços para unificar as facções palestinas rivais, especialmente Hamas e Fatah.
O Líbano tem 12 campos de refugiados palestinos, que estão fora dos limites das autoridades, por um acordo entre libaneses e palestinos. Acredita-se que alguns fugitivos vivam dentro do campo Ein el-Hilweh, localizado nas proximidades de Sidon.
Iêmen
Uma corte iemenita condenou e sentenciou à morte ontem um homem acusado de ter se oferecido a Israel para ser um espião. Um funcionário do tribunal afirmou que Bassam el-Haidari, de 26 anos, enviou um e-mail ao primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, oferecendo cooperação.
O funcionário, que falou sob condição de anonimato, disse que os israelenses responderam positivamente à oferta. Um funcionário do setor de segurança israelense negou-se a comentar o assunto. Duas outras pessoas foram condenadas a três e cinco anos de prisão por cooperar com el-Haidari.