Pequim - Na China, ontem, uma explosão matou pelo menos 20 pessoas e deixou mais de 30 trabalhadores presos numa mina de carvão, segundo informações fornecidas pela agência estatal de notícias Xinhua.
Duzentos e setenta e seis homens trabalhavam na extração do mineral que permite gerar 70% da energia consumida pelos chineses. Depois do acidente, 239 conseguiram voltar à superfície. Alguns corpos foram encontrados, mas vários permaneciam desaparecidos.
A Central de Televisão da China informou que a explosão foi na região de Yuzhou, na província de Henan. Uma autoridade do escritório de segurança da mina confirmou o acidente, mas não ofereceu detalhes. De acordo com a Xinhua, o acidente ocorreu às 6 horas da manhã (horário local) em uma área pertencente à companhia Pingyu Coal & Electric Co. Ltd.
A explosão em Henan aconteceu pouco depois do resgate dramático de 33 trabalhadores soterrados a quase 700 metros de profundidade por 70 dias em uma mina no Chile.
Imbatíveis
As minas chinesas são consideradas as mais perigosas do mundo e o país tem o maior número de mortos nessa indústria. No ano passado, 2.631 pessoas morreram em acidentes de mineradoras situadas em território chinês. Segundo observadores independentes, o número real de mortos pode ser maior, já que muitos incidentes não são divulgados.
Além da exigência de produtividade, a ineficiência e a corrupção imperam no setor de minas de carvão, na China. Todos os anos, o governo destina 200 milhões de euros a título de subvenção para as minas que utilizam melhores tecnologias para captar metano, segundo o Instituto Chinês de Informação sobre o carvão.
As autoridades também lançaram, há alguns anos, grande campanha de fechamento de pequenas minas, muitas vezes ilegais, em que se produz a maioria dos acidentes mortais. No entanto, muitas delas continuam funcionando devido à corrupção de dirigentes locais.
No começo de julho passado, o primeiro-ministro Wen Jiabao havia ordenado que os chefes das minas descessem junto com os mineiros, numa tentativa de melhorar a segurança.
O Diário do Povo, outro veículo estatal de comunicação, informou, na última quinta-feira, que a China fechou este ano mais de 1.600 pequenas mineradoras de carvão que estavam em situação ilegal, num esforço para tentar melhorar os padrões de segurança.
O número de áreas de extração de minérios da China diminuiu no ano passado com o fechamento de áreas pelo governo, mas as mortes voltaram a subir no primeiro semestre deste ano. Em outubro, a Administração Estatal de Segurança no Trabalho afirmou que os gerentes e líderes de minas que não acompanhassem seus trabalhadores na descida ao subterrâneo seriam punidos de modo severo.
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