O conflito sectário entre sunitas e xiitas deixou pelo menos 70 mortos e dezenas de feridos ontem, em mais uma série de ataques em Bagdá, capital do Iraque. Segundo autoridades, foram 11 explosões de carros-bomba em cinco bairros xiitas, além de uma rua comercial na região central da capital. A maior delas atingiu um mercado de Cidade Sadr e deixou pelo menos 13 mortos.
Com os novos ataques, subiu para quase 1000 o número de mortos por causa da violência nos últimos dois meses. Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques, mas eles têm a marca do braço iraquiano da Al-Qaeda. O grupo, conhecido como Estado Islâmico do Iraque, costuma usar carros-bomba e ataques coordenados com o objetivo de prejudicar a confiança no governo, liderado por xiitas.
Desde a retirada das tropas norte-americanas do Iraque em dezembro de 2011, os ataques continuam comuns. Três dias depois do fim da ocupação, a Justiça iraquiana emitiu uma ordem de prisão contra o vice-presidente Tariq al-Hashemi, que é sunita. Os integrantes da seita afirmam que a perseguição ao político foi ordenada pelo primeiro-ministro Nouri al-Maliki, xiita.
Desde então, aumentaram os ataques e a troca de agressões. Além do conflito entre si, sunitas e xiitas ainda disputam territórios do norte do país com os curdos, que possuem uma região autônoma rica em petróleo e outros recursos naturais. A tensão com eles deve aumentar nos próximos meses com a chegada de integrantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, em curdo), milicianos separatistas que atuavam na Turquia e decidiram ir ao Iraque.
Outro ponto que também contribui para a violência é o confronto na vizinha Síria, que já dura dois anos e provocou o deslocamento de diversos grupos radicais sunitas para combater o regime de Bashar al-Assad, que é alauita, vertente do xiismo.
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