Amã (Folhapress) Três atentados a bomba a três hotéis na capital da Jordânia, Amã, deixaram ontem ao menos 67 pessoas mortas e feriram mais de 120. Segundo a polícia jordaniana, os ataques, praticamente simultâneos, foram cometidos por três homens-bomba e têm a marca da Al Qaeda.
Os hotéis atingidos pelas explosões foram o Grand Hyatt, o Radisson SAS e o Days Inn, freqüentados por executivos e diplomatas europeus e americanos, todos os três situados na região comercial de Jebel Amã. O Radisson é particularmente popular entre turistas israelenses e já foi alvo de várias tentativas frustradas de ataque.
A explosão no Grand Hyatt destruiu completamente a entrada do hotel. "Foi um milagre termos escapado sem nenhum arranhão", disse um hóspede britânico do Hyatt.
No Radisson, a explosão ocorreu durante uma festa de casamento com mais de 300 convidados. Nesse hotel, ao menos cinco pessoas morreram e 20 ficaram feridas. "Nós pensamos que fossem fogos de artifício da festa, mas então eu vi pessoas caindo pelo chão", disse Ahmed, um dos convidados do casamento.
Nos três hotéis há seguranças privados, contratados de uma mesma empresa jordaniana, postados no lobby de entrada. Cada um dos estabelecimentos é também patrulhado por um ou dois carros de polícia, que fazem uma ronda periódica. O rei Abdullah II, da Jordânia, que estava em viagem oficial ao Casaquistão, cancelou a visita para retornar a seu país.
"Enfim os terroristas conseguiram burlar a segurança na Jordânia", disse o jornalista Ayman al Safadi, editor do jornal local Al Ghad, em referência a diversas tentativas de atentado que, no passado, foram frustradas. A Jordânia, país aliado aos EUA, tinha conseguido escapar à onda de ataques terroristas no Oriente Médio, e sua capital é vista como um ponto de estabilidade na turbulenta região.
No entanto, nem sempre os jordanianos têm sido bem-sucedidos na contenção dos terroristas: em 19 de agosto último, três foguetes foram disparados contra um navio da Marinha dos EUA ancorado no porto de Ácaba. Os projéteis não atingiram o barco, mas um deles acabou matando um solado jordaniano ao cair no porto.
A Jordânia prendeu recentemente militantes islâmicos suspeitos de planejar atentados e tem sentenciado à morte suspeitos de terrorismo à revelia, como fez com o líder da Al Qaeda no Iraque, Abu Musab al Zarqawi, jordaniano de nascimento.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”