Entre os 171 mortos nas explosões que devastaram Beirute no dia 4 de agosto, ao menos 34 eram refugiados, informou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Outros 124 refugiados ficaram feridos.
Beirute, o principal centro econômico do Líbano, tem uma população de cerca de 200 mil refugiados, a maioria sírios fugindo da guerra civil. De acordo com as Nações Unidas, ao menos 10 mil famílias vulneráveis foram afetadas pelas explosões e precisam de apoio urgente.
O Líbano tem a maior população de refugiados per capita do mundo: um em cada seis habitantes. São 925 mil registrados oficialmente, que carecem de acesso a emprego com boa remuneração e direitos como moradia, educação e saúde.
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Na avaliação do historiador Habib Malik, da Universidade Americana do Líbano, os refugiados têm sido "um fardo" para o país antes da explosão e continuam a ser depois dela. O Líbano vive uma crise econômica que levou ao empobrecimento de metade da população nos últimos meses, de acordo com as estimativas mais recentes.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) avalia que a insegurança alimentar já é realidade para um de cada dois libaneses em um país que importa 80% do que consome. Com os preços cotados em dólar, a desvalorização da moeda eleva os preços quase automaticamente.
"Quanto mais cedo eles forem repatriados para a Síria, melhor para eles e para o Líbano. Eles não são refugiados no sentido técnico, são deslocados, e as razões para seu deslocamento praticamente desapareceram - muitas partes da Síria estão pacíficas", afirmou Malik. "A comunidade internacional, começando com a ONU, precisa trabalhar para enviá-los à Síria. Isso é mais urgente após a explosão".
A ACNUR, entidades da sociedade civil e moradores de Beirute estão apoiando, no momento, familiares de vítimas com auxílio financeiro, abrigo, proteção e preparativos para os enterros. Cerca de 300 mil pessoas perderam parcial ou totalmente suas casas depois da explosão que devastou quase metade da capital.
Por anos, Beirute foi conhecida como uma das mais belas capitais da região, chamada até de a "Paris do Oriente Médio". Agora, os danos materiais que abalaram bairros inteiros são estimados em US$ 5 bilhões (R$ 26,6 bilhões na cotação atual).
A agência da ONU destinou US$ 12 milhões (RS 65 milhões) para sua resposta de emergência às famílias mais afetadas e vulneráveis. A ONU afirmou que a assistência emergencial em dinheiro é a opção mais eficaz no momento e informou que ajudará na obtenção de alimentos, na cobertura das necessidades básicas e despesas com saúde.
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