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Prédio da embaixada argentina em Caracas, onde seis opositores venezuelanos estão refugiados
Prédio da embaixada argentina em Caracas, onde seis opositores venezuelanos estão refugiados| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez

Os funcionários da embaixada da Argentina na Venezuela deixaram o país nesta quinta-feira (1º), devido à decisão do regime de Nicolás Maduro, anunciada na segunda-feira, de expulsar representantes diplomáticos de sete países por causa de suas posições sobre a eleição presidencial do último domingo.

"O Ministério das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da República Argentina comunica que funcionários da diplomacia, adidos militares e adidos administrativos que trabalhavam na Embaixada da Argentina na Venezuela deixaram o país com suas famílias", informou a pasta em comunicado.

O Ministério havia anunciado mais cedo nesta quinta-feira que o Brasil assumiria a custódia das instalações da missão argentina em Caracas, além da proteção dos opositores do regime madurista que estão asilados na residência da embaixada desde 20 de março e cuja situação gerou forte controvérsia e preocupação.

"Foram dias e meses muito desafiadores para o pessoal da embaixada, nos quais deram provas inquestionáveis de seu profissionalismo, suas qualidades humanas e seu senso de dever, tanto na proteção dos interesses da nação argentina quanto na proteção da vida e da liberdade dos seis solicitantes de asilo político que estão refugiados há mais de quatro meses", acrescentou o Ministério das Relações Exteriores.

O texto também enfatiza que a saída da equipe diplomática "foi ordenada pelo presidente [ditador] Nicolás Maduro como consequência do não reconhecimento e da rejeição" do governo argentino ao "resultado fraudulento da eleição presidencial que ocorreu em 28 de julho" e expressou a esperança de que ela possa retornar muito em breve "para cumprir suas funções em uma Venezuela livre e democrática".

Nos dias que se seguiram às eleições, cujos resultados foram denunciados pela oposição e por grande parte da comunidade internacional, o governo do presidente argentino, Javier Milei, denunciou fraudes e expressou preocupação com a segurança dos seis políticos da oposição que vivem em asilo na legação diplomática do país em Caracas.

Fontes do Ministério das Relações Exteriores informaram à EFE na quarta-feira que os diplomatas argentinos presentes em Caracas deixariam a Venezuela no dia seguinte rumo à Europa, com a ideia de que chegariam a Buenos Aires no sábado, vindos de Madri.

As relações entre Argentina e Venezuela - que foram estreitas durante os mandatos dos peronistas Néstor Kirchner (2003-2007), Cristina Kirchner (2007-2015) e Alberto Fernández (2019-2023) - pioraram desde que Milei, que teve sérias divergências com Maduro, chegou à Casa Rosada em dezembro do ano passado.

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